São Paulo bate recorde histórico de chuvas para o mês de junho, segundo dados preliminares
De acordo com a Somar Meteorologia, dados preliminares de precipitação mostram que este já é o mês de junho mais chuvoso desde o começo das medições na cidade de São Paulo, em 1945. Do dia primeiro de junho até as 22h desta quinta-feira (21), a capital paulista registrou volume de precipitação de 225mm, superando o recorde anterior, que é de 221mm em junho de 1983. A média é de 55,6mm. Até o momento, já choveu quatro vezes mais que o normal. A confirmação do dado de chuva ocorre a partir das 9h desta sexta (22), quando sai a medição oficial do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Os dias mais chuvosos do mês foram 7 e 20, quando choveu mais de 40mm, segundo a Somar. "O aquecimento das águas do Oceano Pacífico, que começou o ano com La Niña e agora já está sob o fenômeno El Niño, tende a aumentar as chuvas sobre o Sudeste e Centro-Oeste do Brasil", explica o meteorologista Eduardo Gonçalves. "Podemos esperar chuvas acima da média para o inverno, o que impede a diminuição dos níveis dos rios e aumenta o risco para transtornos durante a primavera e o verão", alerta.
Previsão
Segundo o radar da Somar, chove entre moderado e forte nas zonas norte e oeste de São Paulo na noite desta quinta-feira. Cidades da Grande São Paulo, como Mairiporã, Caieiras, Franco Da Rocha e Francisco Morato também têm chuva.
O paulistano deve ficar atento durante a noite e a madrugada. A chuva deve continuar e pode causar deslizamentos de terra. Há risco também para alagamentos.
Ao longo desta sexta-feira (22), a chuva diminui até parar completamente. No fim de semana, o tempo deve abrir, de acordo com a previsão da Somar.
Inverno
O inverno começou nesta quarta-feira (20), às 20h09 (horário de Brasília), em todo o país. A estação termina às 11h49 do dia 22 de setembro, quando tem início a primavera. “A entrada do verão e do inverno é marcada, então, pelo solstício –comprimento diferente do dia e da noite–, enquanto a primavera e o outono são marcados pelo equinócio –dia e noite com comprimento igual.” O Observatório Nacional (ON) explica ainda que a palavra solstício vem do latim, que significa 'sol parado'. E equinócio significa 'noites iguais', quando o número de horas do período do dia é igual ao número de horas do período da noite.
Na passagem do outono para o inverno, ocorre a noite mais longa do ano e o dia mais curto.
O oposto se verifica nos países do Hemisfério Norte, onde começa o verão. A mesma dinâmica oposta é verificada de forma mais acentuada nos extremos da Terra (latitudes maiores). Quanto mais longe da Linha do Equador maior a variação.
Segundo Luiz Cavalcanti, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para o inverno feita no mês passado indicava que a estação seguirá os “padrões normais”de temperatura e de regime de chuva observados anualmente –como a temperatura baixa na região Sul e a estiagem na região Norte.
Para Cavalcanti, não será observada nenhuma mudança brusca do comportamento climático que possa dar fôlego à tese de aquecimento global e mudança climática. “Não defendo que haja flutuações de clima”, disse à Agência Brasil. Se as flutuações estão ocorrendo, segundo o meteorologista, isso ocorre a longo prazo, ou seja, em um período observável em intervalos de pelo menos mil anos, e não guardam relação, necessariamente, com o efeito estufa.
A mesma opinião tem a física Josina Oliveira do Nascimento, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do ON. “Não dá para ser categórico ou determinista”, disse referindo-se a eventuais alterações do clima. “Isso não quer dizer que só agora está acontecendo isso”.
Segundo ela, o homem observa o clima e a passagem das estações desde antes de Cristo, por causa da atividade agrícola. Os nomes das estações são herdados do latim. Segundo o Dicionário Houaiss, a palavra inverno tem origem na palavra hibernum.
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