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Reino Unido aprova participação em coalizão contra o Estado Islâmico, ao lado dos EUA

O primeiro-ministro britânico, David Cameron (à esq.), vai à Câmara dos Comuns, em Londres, para os debates sobre as ações contra o Estado Islâmico - Will Oliver/Efe
O primeiro-ministro britânico, David Cameron (à esq.), vai à Câmara dos Comuns, em Londres, para os debates sobre as ações contra o Estado Islâmico Imagem: Will Oliver/Efe

Do UOL, em São Paulo

26/09/2014 13h20Atualizada em 26/09/2014 17h08

O Parlamento britânico decidiu nesta sexta-feira (26) que o Reino Unido irá se juntar ao grupo de países liderado pelos Estados Unidos para combater militarmente no Iraque o grupo extremista Estado Islâmico.

Após cerca de sete horas e meia de debates, inciados às 9h30 no horário local (5h30 em Brasília), foi anunciado que, por 524 a 43 votos, haverá apoio britânico nas ações.

Entre os argumentos apresentados pelo premiê David Cameron a favor do apoio estão: a ajuda ter sido requisitada pelo governo do Iraque, o que liberaria o Reino Unido do peso de interferir na soberania do país, e a não presença em terra de soldados britânicos.

O governo não necessita da autorização do Parlamento para realizar incursões desse tipo, mas desde 2003, por advento da Guerra do Iraque, tornou-se hábito consultar, por meio de debate, os parlamentares.

"Isso não é 2003, mas não devemos usar erros do passado como desculpa para indiferença ou inação", defendeu o premiê.

Entre os questionamentos quanto à eficácia dos ataques aéreos que vêm sendo realizados pelos Estados Unidos contra posições do EI, já que o objetivo deveria ser, na opinião de integrantes da oposição, combater, acima de tudo, uma ideologia, Cameron respondeu que todas as soluções diplomáticas serão necessárias, mas que “o EI tem que ser derrotado em solo”.

“Quanto mais forte eles ficarão até que façamos alguma coisa?”, indagou o primeiro-ministro.

A CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) chegou a afirmar que pode haver cerca de 31 mil combatentes do grupo jihadista agindo no Iraque e na Síria.

Os ataques pelos britânicos podem ser iniciados já nos próximos dias, e a duração da investida do Reino Unido pode ter duração de dois a três anos. O governo afirma que a intervenção é legal dentro do que é previsto nas leis internacionais porque o pedido partiu do primeiro-ministro iraquiano.

A moção apresentada hoje não inclui ataques na Síria, onde a coalizão entre os EUA e países árabes começou os bombardeios no início desta semana. No ano passado, a maioria dos membros do Parlamento britânico rejeitou a tentativa de Cameron de apoiar ataques aéreos em território sírio como oposição ao governo do presidente Bashar Assad.

O governo britânico disse que pediria, em separado, autorização ao Parlamento para estender os ataques aéreos à Síria, se necessário, mas que se reservava o direito de agir sem consultar os parlamentares no caso de uma emergência humanitária.

Os ataques aéreos ao EI no Iraque foram lançados pelos EUA no mês passado. Na Síria, as forças áereas receberam o reforço de jatos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. De acordo com o governo norte-americano, mais de 40 países já se ofereceram para dar suporte à coalizão anti-EI. (com agências internacionais)