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"Rosto" do movimento, super-herói é considerado confuso e tem desafetos

Phoenix Jones, o que divide opiniões e ignora críticas - Dean Rutz/AP/Arquivo
Phoenix Jones, o que divide opiniões e ignora críticas Imagem: Dean Rutz/AP/Arquivo

Fabrício Calado

Do UOL, em São Paulo

21/11/2012 06h00

Indubitavelmente o mais conhecido da nova onda de super-heróis da vida real, Phoenix Jones está longe de ser uma unanimidade. Tem por volta de 23 anos, é novo e cheio de entusiasmo, o que já o meteu em alguns problemas. Costuma dizer que já levou tiros e facadas, embora seja difícil provar a veracidade de tais histórias.

Segundo o próprio Jones, sua história começa quando seu filho pisou em cacos de vidro, um "presente" do assaltante que arrombou seu carro. No local, o criminoso deixou uma máscara de esqui. O choro de seu filho foi o que bastou para Phoenix decidir que impediria crimes, não importa o custo.

Em suas rondas noturnas por Seattle, o herói usa um uniforme preto e amarelo e costuma carregar um tubo de spray de pimenta - o que já lhe causou problemas com a lei (leia mais sobre isso abaixo). Além disso, é acompanhado por uma equipe de vídeo, que registra suas façanhas e as divulga em sites como Youtube e Vimeo.

Uma das gravações mais recentes mostra Phoenix removendo sua máscara para brigar na rua com um rapaz que usou insultos racistas contra ele. Ex-lutador de MMA, Phoenix leva a melhor sobre seu oponente.

A máscara de Jones caiu pela primeira vez em outubro de 2011, quando o herói foi ao tribunal para explicar por que atacou um grupo com spray de pimenta, e por que carrega consigo uma quantidade do líquido muito acima do permitido para a defesa pessoal.  As acusações contra ele foram retiradas. Ao sair da corte, fantasiado, o próprio Jones escolheu remover o adereço que escondia seu rosto. Foi quando revelou sua identidade secreta: Benjamin Fodor, ex-lutador de MMA.

Em linhas gerais, a velha guarda de super-heróis o considera um canhão desgovernado e impulsivo, ainda que bem-intencionado. Ações como a de brigar com alguém mais fraco que ele na rua, e o que é visto como uma prepotência natural para sua idade, são o que o coloca na mira de seus críticos.

Phoenix minimiza as críticas e desqualifica seus oponentes. Entrevistado pela revista americana "GQ", ironizou o trabalho de alguns heróis da vida real com moradores de rua, chamando-os de "entregadores de lanches da vida real". 

Se o herói pega pesado com seus 'oponentes', o próprio perfil da "GQ" é pouco lisonjeiro sobre Phoenix. A matéria o retrata como alguém pouco inteligente e, em uma ocasião, mais preocupado em posar para fotos de curiosos na rua do que em ajudar uma vítima de assalto que grita por socorro, sem sucesso.

Phoenix não respondeu aos pedidos de entrevista feitos pelo UOL Tabloide.

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