Milhares vão às ruas no RJ e pedem manutenção de delegado do caso Marielle
Na noite em que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes cumpre um ano, milhares de pessoas se reuniram na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, pedindo que as motivações do crime sejam averiguadas e que o delegado Giniton Lages seja mantido no caso.
Horas depois de apresentar os resultados da primeira etapa da investigação, que apontam dois suspeitos do assassinato, o delegado foi afastado do caso pelo governador Wilson Witzel (PSC), sob a alegação de que o policial irá estudar na Itália.
"Não podemos engolir as desculpas de um governador que esteve em uma manifestação em que uma homenagem à Marielle foi destruída. Ele vem dizer que não sabia que aquela placa tinha o nome dela?", disse uma manifestante em um palco armado no centro da cidade.
A fala se refere a um ato do ano passado. Ao lado de candidatos do PSL, Witzel, também em campanha, ergue o braço e discursa ao lado de uma placa quebrada em homenagem à Marielle.
Pela manhã, a mãe de Marielle, Marinete da Silva, afirmou que havia aceitado o pedido de desculpas do governador feito na véspera.
"Além disso, precisamos pedir a manutenção do delegado Giniton no caso. Ele não pode ser afastado agora!", prosseguiu a manifestante, aplaudida pela irmã de Marielle, Anielle Franco, também no palco.
O ato, realizado em frente à Câmara de Vereadores do Rio, onde Marielle trabalhava, não teve estimativa de público informada pela Polícia Militar. Em vários momentos, os presentes repetiram as palavras de ordem: "Marielle, presente! Anderson, presente!".
De acordo com Witzel, com a saída do delegado Lages, outro policial deve assumir a segunda fase da investigação, que centrará esforços em identificar o possível mandante do crime.
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