Estado Islâmico assume ataque com mais de cem mortos no Iêmen
O grupo radical Estado Islâmico, que atualmente ocupa grandes áreas do território do Iraque e da Síria, reivindicou a autoria de ataques com homens-bomba em três mesquitas no Iêmen nesta sexta-feira (20), por meio de uma publicação na rede social Twitter. O número mais recente de vítimas indica que 126 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas com as explosões. As mesquitas atacadas são usadas por muçulmanos xiitas.
O Ministério do Interior confirmou as mortes nos atentados suicidas. As explosões aconteceram no horário de orações, de acordo com testemunhas.
Em uma mensagem de áudio, integrantes do EI afirmam que os ataques fazem parte de "uma série de façanhas levadas a cabo diariamente pelos soldados do califado contra os inimigos de Alá e de sua religião". Um locutor diz que as ações de hoje foram cometidas por cinco suicidas, que carregavam cintos explosivos.
De acordo com o EI, dois homens-bomba se dirigiram para a mesquita de Badr e outros dois para a mesquita de Hashush, ambas em Sana, capital do Iêmen, onde detonaram seus artefatos. Um quinto terrorista efetuou sozinho o atentado contra a mesquita de Saada, no norte do Iêmen, principal reduto do grupo rebelde xiita dos houthis.
"Os houthis precisam saber que os soldados do EI não vão ficar tranquilos até erradicá-los e cortar o braço do projeto xiita no Iêmen", afirma a mensagem. O comunicado diz que a "operação é só o início do que vai ocorrer no futuro" e que os jihadistas se vingarão pelo "sangue dos muçulmanos que foi derramado e pelas mesquitas que foram destruídas".
Os houthis controlam a capital do Iêmen desde setembro de 2014 e derrubaram o governo em janeiro de 2015. Os jihadistas do EI, de confissão sunita, consideram os clérigos xiitas infiéis e que seus seguidores são pecadores.
A emissora de TV oficial dos houthis afirma que, com a explosão na mesquita de Saada, o total de vítimas passou a 137 mortos e 345 feridos, o que ainda não foi confirmado pelo governo iemenita.
Os atentados desta sexta-feira foram os primeiros reivindicados pelo EI no Iêmen, território considerado a base da organização terrorista Al Qaeda na Península Arábica (AQPA).
O país enfrenta um grande conflito político, agravado desde que o presidente Abdo Rabu Mansur Hadi, que havia deixado suas funções no começo do ano, se retratou de sua renúncia, no mês passado, e afirmou que continuaria sendo o presidente legítimo do país, em oposição ao que havia sido conquistado pelos houthies.
Os ataques de hoje são os mais mortíferos no Iêmen desde a explosão de um carro-bomba diante da academia de polícia de Sana em 7 de janeiro, que deixou 37 mortos, quando a capital ainda não estava totalmente controlada pelos houthis.
Ontem, o EI já havia afirmado que foi o autor de um sequestro seguido de tiroteio no Museu do Bardo, em Túnis, capital da Tunísia, provocando mais de 20 mortes. (com agências internacionais de notícias)
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