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Operação Lava Jato

Lava Jato apura ligação de esquema de Messer com tráfico de drogas e armas

Dario Messer exibe arma na fazenda de Antonio Joaquim da Mota, fazendeiro e empresário na fronteira entre Brasil e Paraguai, segundo a Lava Jato - Reprodução
Dario Messer exibe arma na fazenda de Antonio Joaquim da Mota, fazendeiro e empresário na fronteira entre Brasil e Paraguai, segundo a Lava Jato Imagem: Reprodução

Igor Mello

Do UOL, no Rio

19/11/2019 13h02

Resumo da notícia

  • MPF apura relação de esquema de lavagem de Dario Messer com crimes na tríplice fronteira
  • Um dos responsáveis por ajudar o doleiro quando foragido é um fazendeiro da fronteira Brasil-Paraguai
  • A família de Antonio Joaquim Mota é suspeita de envolvimento com crime organizado
  • Polícia encontrou contrato privado entre empresa dele e de um líder do PCC

A nova fase da Operação Lava Jato no Rio abriu um flanco até o momento inexplorado: as relações do esquema de lavagem de dinheiro comandado por Dario Messer, conhecido como o "doleiro dos doleiros", com atividades criminosas na tríplice fronteira, como tráfico de armas, drogas e contrabando. A Operação Patron prendeu, até as 11h50 de hoje, 11 suspeitos (ao todo, 19 mandados de prisão foram expedidos).

Messer mantinha conexões com políticos e empresários paraguaios, incluindo o ex-presidente Horacio Cartes, alvo de um mandado de prisão no Brasil e incluído na lista de difusão vermelha da Interpol pelas autoridades brasileiras. Com o auxílio dessa rede de contatos, Messer conseguiu escapar da prisão na Operação Câmbio, Desligo, deflagrada pela Lava Jato do Rio em maio de 2018.

Usando informações públicas sobre relações empresariais, os investigadores apontam que os negócios mantidos por Cartes e Messer envolveriam lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, alvo de monitoramento de autoridades paraguaias e inclusive de agências americanas de combate ao tráfico, lavagem de dinheiro, controle de armas e de ativos estrangeiros.

Um dos responsáveis por livrar Messer das autoridades brasileiras e paraguaias foi Antonio Joaquim da Mota, fazendeiro e empresário na fronteira entre Brasil e Paraguai. A família do empresário é suspeita de envolvimento com o crime organizado na região.

Em fevereiro, policiais prenderam o traficante Sérgio de Arruda Quintaliano, um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), conhecido como Minotauro. No computador da mulher de Quintaliano, encontraram um contrato privado entre uma empresa de Antonio Joaquim Mota e dos traficantes.

Os investigadores ainda encontraram em uma conta de armazenamento na nuvem uma negociação envolvendo Mota e um contato identificado como Ricardo CTBA, onde é negociada a compra de dois fuzis G36 —mesmo modelo usado pela PF.

A reportagem do UOL não conseguiu contato com as defesas de Dario Messer, Antonio Joaquim da Mota e Sérgio de Arruda Quintaliano. Mais cedo, a defesa de Cartes não quis se pronunciar sobre os motivos que levaram ao pedido de prisão pela Lava Jato.

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