Lava Jato não é parcial e 'não tem qualquer viés político', diz procurador
A Operação Lava Jato "não tem qualquer viés político" e é atacada porque responsabilizou pessoas economicamente poderosas e de diferentes partidos, defendeu hoje o procurador da República, Roberson Pozzobon. Ele, que integra a força-tarefa em Curitiba (PR), negou haver parcialidade na condução das investigações e nos julgamentos relativos à operação.
"São pouco mais de 550 pessoas acusadas no âmbito da Lava Jato desde 2014... Tem pessoas que querem fazer com que o debate seja só 'ah, a ação penal contra o ex-presidente Lula'. Isso não tem o menor sentido", disse o procurador à rádio CBN. "Esse argumento de parcialidade não vem sendo reconhecido. A operação Lava Jato não tem qualquer viés político".
Pozzobon também comentou sobre as expectativas para a renovação dos trabalhos das forças-tarefas da operação, que deve ser decidida pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, até 10 de setembro. Na quarta-feira (26), o braço da Lava Jato em Curitiba pediu que Aras prorrogue o trabalho do grupo por mais um ano.
"A esperança que nós temos é de que ela [força-tarefa de Curitiba] seja mais uma vez renovada. Os trabalhos estão em curso, muitas investigações [estão] próximas de conclusão. Interromper os trabalhos agora seria bastante prejudicial para o interesse público", defendeu.
Para o procurador, esse modelo de forças-tarefas, que começou a ser testado de forma mais efetiva com a própria Lava Jato, a partir de 2014, é um "investimento que deu certo". Pozzobon reconhece a importância de se discutir o aperfeiçoamento do trabalho, mas vê como "retrocesso" a ideia de acabar com o que vem sendo feito até agora.
"Nunca antes na história do Ministério Público Federal [MPF] se conseguiu recuperar tantos valores desviados, responsabilizar tantas pessoas poderosas, muitas das quais [ainda] no exercício de cargos políticos relevantes na República. É sempre importante discutir o aperfeiçoamento, mas acabar com o modelo que está dando certo é incompatível, um retrocesso."
Ele ainda argumenta que os procuradores e servidores envolvidos nas forças-tarefas "não têm qualquer seletividade na atuação" e, por isso, passaram a incomodar "um certo espectro de criminosos poderosos". Mas o MPF não pode, na visão do procurador, ceder a qualquer tentativa de interferência por parte dos investigados.
"É lógico que muito desses criminosos têm a sua forma de fazer pressão", avaliou. "O que a gente não pode aceitar no Ministério Público é que essas pressões de criminosos, de pessoas investigadas, daqueles que querem o encerramento de uma operação que está funcionando bem, que elas ecoem, que elas produzam resultados."
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