PF apreende mais de R$ 3,9 mi em endereços de ex-funcionário da Petrobras
O balanço da 76ª fase da Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal na manhã de hoje, encontrou mais de R$ 3,9 milhões em dinheiro vivo em endereços pertencentes a um ex-funcionário da Petrobras — o valor inclui cédulas em real, dólar e euro. Também foram apreendidos eletrônicos como celulares e tablets. O balanço da operação, batizada "Sem limites III", foi publicado ao fim da tarde.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a PF, os alvos foram dois ex-funcionários da estatal — que não tiveram os nomes divulgados —, acusados de supostas práticas criminosas cometidas na diretoria de Abastecimento da Petrobras, especificamente na gerência executiva de Marketing e Comercialização.
Em endereços ligados a apenas um deles, foram encontrados, em espécie, mais de R$ 3,9 milhões — entre reais, dólares e euros — além de telefones, tablets e agendas.
Confira o balanço do dinheiro encontrado pela PF:
- R$ 1.637.460,00
- US$ 414.364 (cerca de R$ 2.320.935,63, segundo a cotação do dia)
- 1.990,00 euros (o equivalente a R$ 13.112,70)
A investigação
Segundo a PF, as investigações começaram após a deflagração da 57ª fase, "Sem Limites", em dezembro de 2018, que cumpriu mandados contra integrantes de suposta organização criminosa responsáveis por crimes envolvendo a negociação de óleos combustíveis e derivados entre a estatal e empresas estrangeiras.
Depois da ação, executivos ligados às empresas estrangeiras investigadas fecharam acordos de delação premiada com o MPF (Ministério Público Federal) e relataram que funcionários da Petrobras responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo recebiam vantagens indevidas para favorecê-las nas negociações de fornecimento de combustíveis marítimos no varejo para abastecimento dos navios a serviço da estatal em portos estrangeiros.
A nova fase recebeu o nome de "Sem Limites III" por estar diretamente vinculada com as investigações das 57ª e 71ª fases ("Sem Limites II"), a última deflagrada em junho deste ano.
Os investigados podem responder pela prática de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro.
Procurada pela reportagem durante a manhã, a Petrobras afirmou que é vitima dos crimes desvendados pela Lava Jato e que colabora com as investigações desde 2014. A estatal esclareceu ainda que os envolvidos na operação deflagrada hoje não fazem mais parte de seu quadro de funcionários.
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