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Operação Lava Jato

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PF apreende mais de R$ 3,9 mi em endereços de ex-funcionário da Petrobras

Foram apreendidas milhares de cédulas na operação Sem Limites III, da 76ª fase da Operação Lava Jato - Divulgação/PF
Foram apreendidas milhares de cédulas na operação Sem Limites III, da 76ª fase da Operação Lava Jato Imagem: Divulgação/PF

Do UOL, em São Paulo

07/10/2020 17h38

O balanço da 76ª fase da Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal na manhã de hoje, encontrou mais de R$ 3,9 milhões em dinheiro vivo em endereços pertencentes a um ex-funcionário da Petrobras — o valor inclui cédulas em real, dólar e euro. Também foram apreendidos eletrônicos como celulares e tablets. O balanço da operação, batizada "Sem limites III", foi publicado ao fim da tarde.

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a PF, os alvos foram dois ex-funcionários da estatal — que não tiveram os nomes divulgados —, acusados de supostas práticas criminosas cometidas na diretoria de Abastecimento da Petrobras, especificamente na gerência executiva de Marketing e Comercialização.

Em endereços ligados a apenas um deles, foram encontrados, em espécie, mais de R$ 3,9 milhões — entre reais, dólares e euros — além de telefones, tablets e agendas.

Confira o balanço do dinheiro encontrado pela PF:

  • R$ 1.637.460,00
  • US$ 414.364 (cerca de R$ 2.320.935,63, segundo a cotação do dia)
  • 1.990,00 euros (o equivalente a R$ 13.112,70)

A investigação

Segundo a PF, as investigações começaram após a deflagração da 57ª fase, "Sem Limites", em dezembro de 2018, que cumpriu mandados contra integrantes de suposta organização criminosa responsáveis por crimes envolvendo a negociação de óleos combustíveis e derivados entre a estatal e empresas estrangeiras.

Depois da ação, executivos ligados às empresas estrangeiras investigadas fecharam acordos de delação premiada com o MPF (Ministério Público Federal) e relataram que funcionários da Petrobras responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo recebiam vantagens indevidas para favorecê-las nas negociações de fornecimento de combustíveis marítimos no varejo para abastecimento dos navios a serviço da estatal em portos estrangeiros.

A nova fase recebeu o nome de "Sem Limites III" por estar diretamente vinculada com as investigações das 57ª e 71ª fases ("Sem Limites II"), a última deflagrada em junho deste ano.

Os investigados podem responder pela prática de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro.

Procurada pela reportagem durante a manhã, a Petrobras afirmou que é vitima dos crimes desvendados pela Lava Jato e que colabora com as investigações desde 2014. A estatal esclareceu ainda que os envolvidos na operação deflagrada hoje não fazem mais parte de seu quadro de funcionários.

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