Gilmar quer julgar caso de Lula após Carnaval: 'me daria paz de espírito'
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou hoje que pretende julgar o caso do ex-presidente Lula ainda no primeiro semestre deste ano. "Até porque isso me daria uma certa paz de espírito", disse o ministro em entrevista ao portal Jota.
"Estou com expectativa de julgar esse caso ainda esse semestre. Eu tinha a visão que deveríamos julgar esse caso em uma sessão presencial, mas agora estamos vendo que o tempo para o retorno do plenário físico está sendo alongado", explicou Gilmar sobre o caso que ainda não tem data para ser analisado pelo plenário do Supremo.
"Estou abrindo a possibilidade para julgar depois do Carnaval ou mais avante essa questão, até porque isso me daria uma certa paz de espírito de não ter mais que responder a essas questões", completou o magistrado.
Gilmar explicou o STF julgará o habeas corpus do ex-presidente referente a condenação do tríplex do Guarujá e que mesmo que o hc seja concedido, Lula ainda não será considerado ficha limpa, uma vez que foi condenado também pelo caso do sítio de Atibaia.
"O que estamos discutindo [no STF] é apenas o HC no caso específico do tríplex. Certamente essa decisão pode ter reflexos sobre outros casos. Agora, há muitas questões que estão aí envolvidas", afirmou o ministro.
Gilmar afastou qualquer especulação sobre a relação entre o julgamento e a possibilidade de Lula voltar a ser elegível: "o que precisamos é dar ao ex-presidente um julgamento digno e justo".
Há uma semana o ministro já havia se posicionado sobre o mesmo caso: "Nós temos que encerrar essa preocupação midiática de julgar o Lula tendo em vista esse desiderato: fazê-lo inelegível", afirmou na ocasião em entrevista para o Canal do Datena.
Lula foi preso em 2018 no processo do tríplex de Guarujá (SP), mas está em liberdade desde 2019, quando o STF proibiu a prisão em segunda instância. O caso precisa ser julgado pelo Supremo para que se encerrem todas as possibilidades de recurso e, se for condenado também na corte suprema, Lula pode voltar à prisão.
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