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Caso Marielle: suspeito de ocultar armas foi à Justiça para evitar prisão

O professor de artes marcais Josinaldo Lucas Freitas suspeito de ocultar armas de Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle - Arquivo Pessoal
O professor de artes marcais Josinaldo Lucas Freitas suspeito de ocultar armas de Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Imagem: Arquivo Pessoal

Flávio Costa

Do UOL, no Rio

04/10/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Josinaldo Freitas, o Djaca, entrou com habeas corpus preventivo na Justiça
  • Ele temia que a polícia pedisse sua prisão ao depor na DH
  • Djaca é suspeito de ocultar armas de PM acusado de matar Marielle

Detido na manhã de ontem por suspeita de ocultar armas que pertenciam ao PM reformado Ronnie Lessa, um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o professor de artes marcais Josinaldo Lucas Freitas tentou evitar uma possível prisão em agosto, quando foi depor à Delegacia de Homicídios da Capital.

Djaca, como é conhecido, ingressou com um habeas corpus preventivo na 2ª Vara Criminal do Rio. Ele temia que o titular da DH da Capital, delegado Daniel Rosa, pedisse sua prisão temporária à Justiça —o que de fato acabou por acontecer ontem.

Em 15 de agosto, o juiz Aylton Vasconcellos negou o pedido do advogado de Djaca, já que não vislumbrou "iminente violência ou coação ilegal no direito de ir e vir".

A DH da Capital diz que Djaca pagou R$ 400 a um pescador para levá-lo para uma viagem de barco pela Baía de Guanabara, com o objetivo de se desfazer de armas de Lessa —entre elas, a polícia diz que poderia estar a submetralhadora HK MP5 que matou Marielle e Anderson.

O pescador revelou que Djaca carregava uma mala, onde estavam armamentos e pequenas caixas. Todo material foi jogado ao mar e jamais foi encontrado pela polícia.

O UOL apurou que, em seu depoimento, Djaca negou participação na ocultação de provas do caso Marielle. O advogado do suspeito não foi localizado pela reportagem.

Além de Djaca, também foram detidos Elaine Pereira Figueiredo Lessa e Bruno Figueiredo, mulher e cunhado, respectivamente, do sargento reformado da PM Ronnie Lessa. A quarta pessoa detida é José Márcio Mantovano. Eles são suspeitos de obstrução de Justiça. A operação, chamada de Submersus, cumpriu também 20 mandados de busca e apreensão.

Segundo a Polícia Civil, o grupo teria ocultado armas usadas pelo grupo de Lessa. As prisões acontecem no dia anterior a interrogatório na Justiça do Rio dos acusados de matar Marielle e Anderson.

De acordo com as investigações da DH (Delegacia de Homicídios da Capital), em março, dois dias depois das prisões de Lessa e do ex-policial Élcio de Queiroz, outro acusado de matar a dupla, o grupo teria jogado as armas no mar. Sob o comando de Elaine, conforme a polícia, o armamento foi descartado próximo às ilhas Tijucas, na altura da Barra da Tijuca, na zona oeste carioca.

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