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Caso Marielle

Homicídio no mesmo dia da morte de Marielle faz polícia descartar suspeita

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

30/06/2020 12h47

Resumo da notícia

  • Marcelo Diotti da Mata foi morto a tiros na mesma noite do assassinato de Marielle
  • Os irmãos Mad e Tonhão participaram do crime, aponta a polícia
  • Mad chegou a ser apontado como suspeito de envolvimento em morte de vereadora
  • Grupo cobrava de R$ 100 mil a R$ 1,5 milhão por assassinato, diz polícia

Um homicídio ocorrido no mesmo dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros na noite de 14 de março de 2018 no Estácio, na região central do Rio, fez com que a polícia descartasse a suspeita de envolvimento no crime de Leonardo Gouvêa da Silva, conhecido como Mad.

Preso hoje de manhã em uma operação contra integrantes do chamado Escritório do Crime, milícia da zona oeste do Rio responsável por homicídios por encomenda, ele já foi apontado como suspeito de envolvimento nos assassinatos de Marielle e Anderson. Mad é apontado como um dos chefes do grupo de matadores de aluguel que cobrava de R$ 100 mil a R$ 1,5 milhão por assassinato, segundo a polícia.

A polícia também prendeu Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, irmão de Mad. Eles foram alvos de mandados de prisão e busca e apreensão na Operação Tânatos, em referência ao "Deus da Morte" na mitologia grega, em desdobramento do Caso Marielle.

Segundo a investigação, os irmãos participaram do assassinato de Marcelo Diotti da Mata, morto a tiros na mesma noite do assassinato da vereadora no estacionamento do restaurante Outback na avenida das Américas, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Diotti, que já tinha sido preso por homicídio e exploração de máquinas de caça-níquel, foi apontado pelos investigadores como desafeto do grupo criminoso.

Com isso, foi possível esclarecer que eles [Mad e Tonhão] não participaram do homicídio da vereadora Marielle. Momentos antes da morte dela, eles estavam matando a vítima. Essas prisões foram importantes porque esclareceram esses dois homicídios, mas também tiraram de circulação criminosos que matavam por dinheiro

Daniel Rosa, delegado da Delegacia de Homicídios da Capital

Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad - Arquivo - Arquivo
Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad
Imagem: Arquivo

A ação foi realizada por força-tarefa com a participação do MP-RJ (Ministério Público do Rio) e da Corregedoria da PM-RJ (Polícia Militar do Rio) em apuração sobre o grupo de matadores de aluguel que possuía ligação com o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em operação policial na Bahia em fevereiro deste ano. Segundo a investigação, Adriano foi o mandante do assassinato de Diotti.

O grupo também é suspeito de envolvimento no assassinato do PM reformado Anderson Cláudio da Silva, morto a tiros em abril de 2018 dentro do próprio carro no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. De acordo com a investigação, os matadores de aluguel já haviam tentado assassinar Anderson em janeiro daquele ano, em Bangu, também na zona oeste.

Na ocasião, o PM Natalino dos Santos Rodrigues se feriu. Anderson não foi atingido pelos disparos. Segundo a investigação, o grupo passou a monitorá-lo após o ataque. O UOL não localizou os advogados de Mad e Tonhão.

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