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Operação Lava Jato

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"Vivemos uma fase anti-Lava Jato e contra o que ela representa", diz Moro

Ex-ministro da Justiça Sergio Moro - Ueslei Marcelino
Ex-ministro da Justiça Sergio Moro Imagem: Ueslei Marcelino

DO UOL, em São Paulo

29/06/2020 10h34

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro escreveu, no Twitter, que o Brasil "aparentemente está vivendo uma fase anti-Lava Jato" ao compartilhar um artigo da vice-presidente do Instituto Liberal do Nordeste (ILIN), Catarina Rochamonte.

No texto publicado hoje na Folha de S.Paulo, Catarina diz, em linhas gerais, que existe uma "agenda anti-Moro", com ataques ao ex-ministro motivados principalmente pelo temor de adversários em relação ao "seu capital político e a possibilidade de rivalizar com os extremos à esquerda e à direita".

"Aparentemente, vivemos uma fase anti-Lava Jato e contra o que ela representa. Não seria melhor o País focar em agendas anticovid, antidesemprego e anticorrupção, como recomenda o artigo?", questiona Sergio Moro.

Moro, que é ex-juiz da Operação Lava Jato, deixou o governo em abril depois de acusar tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal.

No artigo compartilhado pelo ex-ministro, Catarina faz referência ao grupo Prerrogativas, que reúne profissionais de direito que, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, têm se organizado para dificultar os projetos profissionais de Moro. Entre os participantes estão profissionais que entraram em confronto com ele na Lava Jato.

No artigo, não há referência a outro tema da Lava Jato que veio à tona nos últimos dias. Procuradores que integram o núcleo da operação na PGR (Procuradoria-Geral da República) pediram demissão por divergências com a gestão Augusto Aras e sua aliada, a subprocuradora-geral Lindora de Araújo.

O fato que precipitou a saída foi uma suposta "diligência" feita por Lindora na sede do Ministério Público Federal em Curitiba, nesta semana, segundo acusou a força-tarefa da Lava Jato.

Sergio Moro afirmou ontem que "causam estranheza" os pedidos do procurador-geral da República, Augusto Aras, para obter informações da operação.

"Aparentemente, pretende-se investigar a Operação Lava Jato em Curitiba. Não há nada para esconder nela, embora essa intenção cause estranheza", disse o ex-juiz. "Registro minha solidariedade aos procuradores competentes que preferiram deixar seus postos em Brasília."

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