Dallagnol diz que Aras se equivocou ao falar sobre arquivos da Lava Jato
O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, disse hoje durante o UOL Entrevista que o procurador-geral da República, Augusto Aras, cometeu um equívoco ao criticar a atuação dos procuradores na capital paranaense. Aras afirmou que a força-tarefa seria uma "caixa de segredos" e questionou a grande quantidade de material apreendido nas investigações.
"O procurador-geral fez suposições que não correspondem à realidade", disse Dallagnol. "Se o procurador-geral tivesse conhecido, aberto um canal de diálogo para saber como funciona, não ocorreria isso", completou o procurador, acrescentando que "ele (Aras) não teria feito acusações absolutamente equivocadas".
Em entrevista a Tales Faria e Thais Oyama, colunistas do UOL, o procurador explicou que a grande quantidade de material apreendido pela força-tarefa se deu pelo teor complexo da investigação, que já apreendeu, segundo ele, cerca de três mil equipamentos, entre eles celulares e notebooks.
"Ele (Aras) afirmou que a Lava Jato teria 350 terabytes, quando a procuradoria teria 40 terabytes", disse Dallagnol. "No sistema onde estão os 40 terabytes não entram os materiais apreendidos nas investigações e nas operações. Agora, se for olhar o que há apreendido, temos mais de 500 terabytes. Se em cada uma das 70 fases da operação foram apreendidos 7 terabytes, isso dá de 7 a 14 computadores por fase, se você multiplicar dá 490 terabytes", acrescentou o procurador.
Ele explicou que apenas parte do material é encaminhado à PGR por questões técnicas. Anteriormente, Dallagnol já havia dito que a operação não tem "caixa de segredos".
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