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Operação Lava Jato

Lava Jato denuncia Jucá e Sérgio Machado por corrupção na Transpetro

4.abr.2019 - O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) dá entrevista no Planalto - FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
4.abr.2019 - O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) dá entrevista no Planalto Imagem: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Pepita Ortega e Fausto Macedo

Em São Paulo

04/06/2019 09h43

A Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou o ex-senador e atual presidente do MDB, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado pelo envolvimento em esquema de corrupção mantido na subsidiária da Petrobras.

Segundo a denúncia, Jucá recebeu pagamentos ilícitos de pelo menos R$ 1 milhão em 2010 em razão de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a Galvão Engenharia e a Transpetro.

Segundo a força-tarefa, a Galvão Engenharia - em razão de contratos e aditivos mantidos na Transpetro e "com o objetivo de continuar recebendo convites para participar das licitações da estatal" - efetuava o pagamento de propinas de 5% do valor de todos os contratos com a subsidiária da Petrobras "a integrantes do MDB que compunham o núcleo de sustentação de Sérgio Machado", então presidente da estatal.

A denúncia aponta que Machado foi indicado e mantido no cargo por Romero Jucá e integrantes do MDB e tinha "a função de arrecadar propinas para seus padrinhos políticos".

Segundo o MPF, em contrapartida ao pagamento de propinas pelas empresas, Sérgio Machado, "garantiria às empreiteiras a continuidade dos contratos e a expedição de futuros convites para licitações".

O pagamento da propina pela Galvão Engenharia teria sido disfarçado por meio de doação eleitoral oficial de R$ 1 milhão. Segundo a denúncia, em junho de 2010, a empresa efetuou o repasse "desses subornos" para Romero Jucá ao Diretório Estadual do PMDB no Estado de Roraima.

"As propinas, assim, irrigaram a campanha de reeleição de Jucá ao Senado, bem como as campanhas do filho e de ex-esposa para o Legislativo", diz o MPF.

As investigações indicam que a Galvão Engenharia "não tinha qualquer interesse em Roraima que justificasse a realização da doação oficial, a não ser o direcionamento de propinas para Romero Jucá".

A força-tarefa Lava Jato em Curitiba já ofereceu cinco denúncias relativas ao esquema de corrupção na Transpetro.

Segundo o Ministério Público Federal, o esquema de corrupção investigado perdurou pelo menos até 2014, favorecendo empresas que pagavam vantagens indevidas ao então presidente da estatal, Sérgio Machado, e políticos responsáveis por sua manutenção no cargo.

Defesas

Em nota, o advogado de Jucá, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que a denúncia mostra "absoluta falta de cuidado técnico por parte do MP" e coloca em xeque a credibilidade das afirmações de Sérgio Machado.

"A defesa se reserva o direito de fazer os questionamentos técnicos no processo reiterando a absoluta confiança no Poder Judiciário e lamentando, mais uma vez, a ânsia abusiva de poder por parte do Ministério Público", escreveu Kakay.

Antonio Sérgio Pitombo, advogado de Sergio Machado, informou que "a denúncia corrobora o acordo de colaboração processual de Sergio Machado e era aguardada por sua defesa."

A reportagem está tentando contato com representantes da Transpetro e da Galvão Engenharia. O espaço está aberto para as manifestações de defesa.

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