Topo

Operação Lava Jato

Palavra de Sérgio Machado não tem credibilidade, diz defesa de Jucá

Fátima Meira - 4.abr.2019/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Fátima Meira - 4.abr.2019/Futura Press/Estadão Conteúdo

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

04/06/2019 11h34Atualizada em 04/06/2019 13h52

A defesa do ex-senador Romero Jucá (MDB) criticou o que diz ser "absoluta falta de cuidado técnico" da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava Jato na denúncia apresentada contra ele hoje. Jucá é presidente do MDB.

O MPF denunciou o ex-senador e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, por um esquema de corrupção de R$ 1 milhão em 2010. Machado, segundo a Lava Jato, foi indicado e mantido no cargo por Jucá e integrantes do MDB. Ele tinha a função de arrecadar propinas para seus padrinhos políticos.

Os valores teriam sido repassados por meio de doações na campanha de Jucá à reeleição para o Senado, em 2010.

"O MPF tem a ousadia de apresentar o senhor Sérgio Machado como sendo uma pessoa que falava em nome do ex-senador Jucá", disse, em nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

De acordo com o defensor, Machado "já deu provas nos últimos tempos que sua palavra não tem nenhuma credibilidade".

Relembre diálogos entre Jucá e Machado sobre estancar "sangria"

Band News

Para Kakay, usar a indicação de Machado para a Transpetro "é, mais uma vez, a clara tentativa de criminalizar a política". O advogado ainda diz que a Lava Jato causou "a canibalização das estruturas políticas que levaram o Brasil a enfrentar este quadro difícil, deprimente e punitivista".

O advogado diz que a denúncia deveria ter sido oferecida à Justiça Eleitoral por envolver doações de campanha.

"A Defesa se reserva o direito de fazer os questionamentos técnicos no processo reiterando a absoluta confiança no Poder Judiciário e lamentando, mais uma vez, a ânsia abusiva de poder por parte do Ministério Público", comentou Kakay.

Segundo a Lava Jato, o valor de R$ 1 milhão foi pago pela Galvão Engenheira em junho de 2010. A quantia foi destinada ao diretório estadual do MDB em Roraima.

"As propinas, assim, irrigaram a campanha de reeleição de Romero Jucá ao Senado, bem como as campanhas do filho [Rodrigo Jucá] e da ex-esposa [Teresa Surita, atual prefeita de Boa Vista] para o Legislativo", diz o MPF.

Em nota, a defesa de Machado disse que "a denúncia corrobora o acordo de colaboração processual e era aguardada por sua defesa".

A reportagem ainda busca contato com as defesas da Galvão Engenharia, da prefeita de Boa Vista e do filho de Jucá.

Operação Lava Jato