Jornal: voz que liberou acusado não é de porteiro que citou Bolsonaro
Uma perícia feita pela Polícia Civil concluiu que a voz do porteiro que liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é do responsável por citar o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na investigação. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, o documento é assinado por seis peritos e atesta que o áudio da portaria não sofreu edição e que o responsável por autorizar a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa. Ambos estão presos acusados de terem participado do crime.
Em depoimento prestado no ano passado, um dos porteiros disse que Bolsonaro tinha liberado a entrada de Élcio no condomínio. Naquele dia, no entanto, o então deputado estava em Brasília.
Quando a gravação foi feita, diz o jornal, havia quatro porteiros de serviço no turno da tarde no condomínio, inclusive o que citou Bolsonaro. As vozes dos quatro foram comparadas com o áudio analisado pela perícia do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli).
Os peritos citam "limitações na quantidade de material examinado", mas afirmam que, a partir de análises acústica e biométrica, o áudio "possui características convergentes com a fala padrão coletada pelo porteiro Z, mais do que qualquer dos outros porteiros analisados". Trata-se de outro porteiro de plantão e não aquele que mencionou o presidente em depoimento.
O Ministério Público do Rio já havia afirmado que a autorização para a entrada de Élcio foi dada por Lessa, e não por Bolsonaro. Posteriormente, o porteiro recuou e afirmou ter lançado errado o registro de entrada de Élcio na casa do presidente.
Segundo o jornal, o resultado do laudo reforça suspeitas de que o porteiro que citou Bolsonaro pode ter agido a mando de terceiros.
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