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Caso Marielle: Condenada por destruir provas, mulher de Lessa é solta no RJ

Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle - Reprodução
Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Imagem: Reprodução

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

17/07/2021 12h06

Elaine Lessa, esposa de Ronnie Lessa —preso sob acusação de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e seu motorista Anderson Gomes— um cunhado e dois amigos do suspeito foram soltos pela Justiça do Rio após terem sido condenados por destruição de provas. Todos responderão aos crimes em liberdade.

A informação foi confirmada na manhã de hoje ao UOL pela Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), que não informou a data em que eles ganharam as ruas.

De acordo com o Ministério Público, em março de 2019 —poucos dias antes de a polícia encontrar Ronnie— Elaine Lessa, Márcio Montavano, Bruno Figueiredo e Josinaldo Freitas retiraram e jogaram no mar da Barra da Tijuca as armas que Lessa havia escondido em um apartamento alugado por ele no Pechincha, zona Oeste do Rio.

A Justiça acredita que entre as armas jogadas no mar esteja a submetralhadora que matou Marielle e seu motorista.

elaine lessa - Reprodução - Reprodução
Elaine Lessa, mulher de Ronnie Lessa, preso acusado de matar Marielle Franco
Imagem: Reprodução

Embora eles tenham sido condenados a quatro anos de reclusão, o Tribunal de Justiça do Rio informou em 5 de julho que os alvarás de soltura dos parentes de Lessa já tinham sido expedidos.

"Elaine Pereira Figueiredo Lessa deixou o sistema no dia 11 de julho, Bruno Pereira Figueiredo no dia 12 de julho, José Márcio Mantovano no dia 10 de julho e Josinaldo Lucas Freitas deixou o sistema no dia 11 de julho", informou a Seap.

Eles tiveram as penas privativas de liberdade substituídas pela prestação de serviços à comunidade. Aos finais de semana, são obrigados a permanecerem por cinco horas diárias em casa de albergado ou outra instituição definida pela Vara de Execuções Penais.

Apenas Ronnie Lessa cumprirá a pena em regime fechado, na penitenciária de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia, ao lado do ex-PM Élcio Queiroz, outro acusado pelas duas mortes.

Em depoimento à polícia, um pescador contou que um comparsa de Lessa contratou seu barco para jogar as seis armas no mar. Testemunhas também relatam o descarte de caixas de papelão, bolsas e malas.

Promotoras deixam o caso

Recentemente, as promotoras que investigavam a morte da vereadora Marielle e de Anderson deixaram a força-tarefa do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). As duas estavam à frente do caso desde setembro de 2018, sete meses após a morte da parlamentar em 14 de março daquele ano.

Após a divulgação da saída das promotoras, Anielle Franco, irmã de Marielle, declarou sentir muito pela situação e que não tem "um dia de paz". As declarações foram feitas em uma postagem compartilhada no Twitter.

A gente não tem um dia de paz. Sinto muito pela saída das promotoras! Promotoras essas que eu depositava muita confiança e esperança para que elas ajudassem a resolver o caso da Mari e do Anderson! Agora eu quero saber que interferências são essas! Quem mandou matar minha irmã?!
Anielle Franco

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