Moro nega ter orientado Dallagnol em mensagem vazada: "não há anormalidade"
Em nota divulgada na noite de hoje, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que não se vislumbra qualquer "anormalidade ou direcionamento de atuação" nas mensagens trocadas entre ele e o coordenador da Força-Tarefa da operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol.
Quanto ao conteúdo das mensagens que me citam, não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela operação Lava Jato
Sérgio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública
Uma série de reportagens publicadas hoje pelo site "The Intercept Brasil" revela que o ex-juiz federal Sérgio Moro orientou as investigações da operação Lava Jato em Curitiba por meio de mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram com o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa.
Moro, que hoje é ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PSL), foi o juiz responsável pela operação em Curitiba. Ele deixou a operação ao aceitar o convite para o cargo, em novembro.
Nas conversas, ao longo de dois anos, Moro sugeriu que o procurador trocasse a ordem de fases da Lava Jato, para não ficar "muito tempo sem operação", deu conselhos e pistas informais de investigação e antecipou uma decisão que ele ainda daria.
As mensagens também mostram que Moro criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público.
A Constituição de 1988 determina que não haja vínculos entre o juiz e as partes em um processo judicial. Para que haja isenção, o juiz e a parte acusadora --neste caso, o Ministério Público-- não devem trocar informações nem atuar fora de audiências.
"Site contrariou regra básica do jornalismo", diz Moro
Moro criticou o site "The Intercept Brasil" por publicar as reportagens antes de procurá-lo para que ele pudesse comentar o assunto.
"Sobre supostas mensagens que me envolveriam publicadas pelo site Intercept neste domingo, 9 de junho, lamenta-se a falta de indicação de fonte de pessoa responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores. Assim como a postura do site que não entrou em contato antes da publicação, contrariando regra básica do jornalismo."
Segundo o The Intercept, o site não entrou em contato com procuradores e outros envolvidos nas reportagens "para evitar que eles atuassem para impedir sua publicação e porque os documentos falam por si". "Entramos em contato com as partes mencionadas imediatamente após publicarmos as matérias", disse o veículo.
O site também afirma que recebeu o material há algumas semanas, bem antes da notícia sobre a invasão do celular de Moro, na semana passada.
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