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Operação Lava Jato

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Lava Jato denuncia ex-diretores da Dersa por lavagem de R$ 60 mi em propinas

Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto (de paletó), ao ser preso na 60ª fase da Operação Lava Jato, denominada Ad Infinitum  - Marivaldo Oliveira - 19.fev.2019/Código19/Agência O Globo
Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto (de paletó), ao ser preso na 60ª fase da Operação Lava Jato, denominada Ad Infinitum Imagem: Marivaldo Oliveira - 19.fev.2019/Código19/Agência O Globo

Rayssa Motta e Fausto Macedo

São Paulo

29/09/2020 12h22

A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou nesta terça-feira, 29, Paulo Vieira de Souza e Mario Rodrigues Junior, ex-diretores da Dersa, e outras três pessoas pela lavagem de US$ 10,8 milhões (mais de R$ 60,7 milhões, pelo câmbio atual) em propinas recebidas no âmbito de obras viárias realizadas nas gestões dos tucanos Geraldo Alckmin (2001 - 2006) e José Serra (2007 - 2010). Os ex-governadores paulistas não são alvos da denúncia.

Foram denunciados:

- Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, mais conhecido como Paulo Preto;

- José Rubens Goulart Pereira, sócio da Galvão Engenharia e ex-diretor da Andrade Gutierrez;

- Cristiano Goulart Pereira, irmão de José Rubens;

- Mario Rodrigues Junior, ex-diretor da Dersa;

- Andrea Bucciarelli Pedrazzoli, ex-mulher de Mario Rodrigues.

A denúncia é desdobramento das investigações que trouxeram a público a existência de um cartel de empreiteiras formado para fraudar licitações, dividir lotes de obras e maximizar lucros com anuência do poder público, segundo a Lava Jato. Nesta etapa, a força-tarefa mirou as estratégias usadas pelos ex-diretores da Dersa para lavar o dinheiro recebido a título de 'comissão' em troca da articulação e interlocução entre construtoras e membros do governo.

Segundo os procuradores, os denunciados usaram contas mantidas na Suíça e abertas em nome de offshores, servindo para receber pagamentos ilícitos vinculados ao Grupo Galvão Engenharia entre os anos de 2005 e 2009.

Outro lado

Em nota, os advogados Daniel Bialski e Juliana Bignardi que defendem Mário Rodrigues Júnior e Andrea Bucciarelli Pedrazzoli, afirmaram que não têm "conhecimento sobre os fatos até porque, em momento algum, Mário foi convocado a prestar esclarecimentos na Polícia Federal ou no Ministério Público".

"Recebemos com espanto a notícia desta denúncia, veiculada pela grande mídia, que, ao que nos parece, dá conta de mais uma infundada acusação. Temos convicção que esta virá a ser arquivada, assim como outras já foram, uma vez que Mário sempre se pautou pela ética e probidade enquanto era funcionário da DERSA e durante toda sua vida pública", disse Bialski em nota.

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