Polícia Civil-RJ rebate Bolsonaro e nega interferência de Witzel
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio de uma nota oficial, rebateu Jair Bolsonaro (PSL) e disse que não houve interferência do governador do Estado, Wilson Witzel (PSC), nas investigações sobre o caso Marielle.
Na Arábia Saudita, o presidente da República disse que foi avisado com antecedência por Witzel sobre a citação ao seu nome na investigação sobre as mortes da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Ele também afirmou que "Witzel estava conduzindo o processo com delegado da Polícia Civil" para incriminá-lo.
No comunicado, a Polícia Civil rebate: "O governador Wilson Witzel não interfere na apuração dos homicídios de Marielle e Anderson nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em quaisquer outras investigações".
Uma reportagem da TV Globo, exibida ontem no Jornal Nacional, relata que o porteiro do condomínio onde Bolsonaro mantém residência no Rio de Janeiro afirmou que o suspeito de matar a vereadora Marielle Franco pediu para ir à casa do presidente no dia do crime. O condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem casa, é o mesmo onde vivia o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil como o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson.
Hoje, Bolsonaro afirmou, em entrevista à Band News, que foi avisado por WItzel, durante um encontro casual no dia 9 de outubro, sobre a menção ao seu nome. "Ele achava que eu sabia da patifaria que estava acontecendo e foi conversar comigo no canto", afirmou.
Em sua defesa, Witzel postou um texto no Twitter negando qualquer interferência. "Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil. Em meu governo, as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas nossas ações", disse.
Veja o comunicado da Polícia Civil na íntegra
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é uma instituição de estado, não de governo, com 211 anos de serviços prestados à sociedade fluminense. Todas as investigações são conduzidas com absoluta imparcialidade, técnica e observância à legislação em vigor.
O governador Wilson Witzel não interfere na apuração dos homicídios de Marielle e Anderson nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em quaisquer outras investigações.
A Polícia Civil reafirma que a investigação desse caso é conduzida com sigilo, isenção e rigor técnico pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sempre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
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