Ex-PM morto disse que tinha 'certeza' de 'queima de arquivo', diz jornal
O miliciano Adriano da Nóbrega, conhecido como "Capitão Adriano", estava convencido de queriam matá-lo, e não prendê-lo, para dar andamento a um plano de "queima de arquivo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ligado ao senador Flávio Bolsonaro (sem partido) e citado em uma investigação que apura um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do então deputado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Nóbrega foi morto hoje em um confronto com forças de segurança da Bahia. Ele também era investigado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Segundo o jornal, o ex-capitão do Bope estava preocupado com os últimos movimentos da polícia quando decidiu ligar para seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, na quarta-feira passada. O miliciano nunca havia falado diretamente com o advogado.
Na conversa, ele teria relatado que tinha "certeza" de que queriam matá-lo para "queimar arquivo". A viúva de Nóbrega teria feito o mesmo relato.
Ao Estado de S. Paulo, Catta Preta negou que Nóbrega tivesse uma pistola austríaca calibre 9mm. Segundo a Polícia da Bahia, o miliciano usou a arma para atirar nos policiais quando foi abordado na manhã deste domingo. A polícia diz ainda que, além da pistola, havia mais três armas no imóvel onde Nóbrega foi encontrado.
O advogado disse que tomará todas as "medidas cabíveis" para que a morte de Nóbrega seja investigada de forma independente.
Monitorado na Bahia
Nóbrega passou a ser monitorado por equipes do SI (Serviço de Investigação) da SSP baiana após informações de que ele teria buscado esconderijo na Bahia.
No último dia 31, ele havia escapado de outra ação realizada pela Polícia Civil da Bahia, organizada a pedido da Polícia Civil do Rio. A equipe de policiais civis foi até a casa onde a família de Nóbrega está hospedada, mas não o localizou - só estavam a mulher e duas filhas dele.
Segundo a Polícia Civil do Rio, o ex-PM esteve lá nos dias anteriores, mas conseguiu fugir antes da chegada dos policiais.
"Procuramos sempre apoiar as polícias dos outros estados e, desta vez, priorizamos o caso por ser de relevância nacional. Buscamos efetuar a prisão, mas o procurado preferiu reagir atirando", disse hoje o secretário da SSP-BA, Maurício Teles Barbosa.
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