Em depoimento, Lula diz que não incentivou invasão do tríplex em Guarujá
Resumo da notícia
- Nove dias após Lula ser preso, integrantes do MTST invadiram o tríplex em Guarujá
- A PF abriu um inquérito para investigar a ação
- O ex-presidente foi ouvido porque pediu a Boulos, em discurso antes da prisão, "mandar o pessoal dele ocupar" o imóvel
- O advogado de defesa disse que Lula usou “uma força de expressão”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou em depoimento prestado hoje à PF (Polícia Federal) ter incentivado a invasão do tríplex em Guarujá por membros do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) em abril do ano passado.
Segundo Manoel Caetano, advogado do ex-presidente, Lula usou uma "força de expressão" ao dizer em um discurso a Guilherme Boulos, líder do MTST, que o movimento poderia ocupar o imóvel, que foi atribuído a ele em julgamento na Justiça Federal e o levou a sua primeira condenação na Justiça.
"Ele [Lula] disse que foi uma força de expressão. [Que falou] num momento em que ele estava indignado pela condenação pelo Tribunal Regional Federal", disse Caetano.
Na ocasião, Lula disse em discurso numa praça pública de São Bernardo do Campo que pediu a Boulos "mandar o pessoal dele ocupar" o tríplex. Por isso, a PF resolveu investigá-lo sobre a ocupação do imóvel. O fato ocorreu pouco antes de ele ser preso.
O ex-presidente prestou depoimento à delegada Luciana Fuschini, da PF de Santos. O depoimento ocorreu na superintendência da PF em Curitiba, local onde Lula está preso. A sessão começou por volta das 10h e durou dez minutos.
"A delegada queria saber se o presidente Lula havia incitado a ocupação do imóvel. Ele disse que não. [Ela] Queria saber se ele tinha falado com o pessoal do MTST depois do dia em que ele falou na praça. Ele disse que não também", complementou o advogado.
"Lula disse que não incitou jamais até porque quando a ocupação ocorreu ele já estava preso."
Lula é investigado pela invasão do tríplex do Condomínio Solaris, em Guarujá, pela frente Povo Sem Medo, do MTST, em 16 de abril.
O ato durou cerca de três horas e ocorreu nove dias após a prisão do ex-presidente. Militantes que ocuparam o imóvel deixaram o local após negociarem a saída com a Polícia Militar.
Lula foi condenado a 12 anos por ter favorecido a construtora OAS em negócios com a Petrobras em troca do tríplex.
A sentença foi confirmada em segunda instância. A defesa do ex-presidente diz que é inocente e nunca foi dono do apartamento.
A ocupação do imóvel foi um protesto contra sua prisão. Na época, os cerca de 50 militantes que estiveram no ato estenderam faixas na sacada do apartamento com as frases "se é do Lula, é nosso" e "se não é, por que prendeu?".
O inquérito sobre a ocupação do imóvel corre em sigilo. A PF investiga suspeitas de esbulho possessório, que ocorre quando alguém toma posse de um bem usando a força.
No caso, o bem pertence à Justiça pois o imóvel foi confiscado quando o ex-presidente foi condenado.
No último dia 6, o ex-presidente foi condenado a mais 12 anos de prisão por corrupção ligada a obras em um sítio em Atibaia. Assim como no caso do tríplex, a investigação dos fatos foi realizada pela Operação Lava Jato em Curitiba.
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