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Operação Lava Jato

CNMP não fará sindicância contra Lava Jato e duvida de mensagens vazadas

Segundo reportagens, Deltan Dallagnol, do MP e chefe da Lava Jato, e Moro, então juiz, teriam trocado mensagens sobre investigações fora dos autos - o que é proibido por lei - HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO
Segundo reportagens, Deltan Dallagnol, do MP e chefe da Lava Jato, e Moro, então juiz, teriam trocado mensagens sobre investigações fora dos autos - o que é proibido por lei Imagem: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO

Bruno Aragaki

Do UOL, em São Paulo

27/06/2019 20h40

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) afirmou hoje que não abrirá sindicância contra procuradores da Força Tarefa da Lava Jato para averiguar as mensagens que teriam trocado com o então juiz federal Sergio Moro.

Desde 10 de junho, o site The Intercept Brasil tem divulgado mensagens que diz terem sido trocadas entre membros do Ministério Público e Moro, hoje ministro da Justiça. Elas trazem detalhes como informações sobre o andamento das investigações e relação temporal com fatos ocorridos entre 2016 e 2018 que coincidem com atos e decisões tomadas pela Lava Jato e por Moro.

O site não diz como obteve as conversas, que teriam ocorrido no Telegram (aplicativo similar ao Whatsapp), e afirma que são verdadeiras.

Mas sob o argumento de que não pode comprovar a veracidade do material, o CNMP decidiu hoje arquivar um pedido de investigação que recebeu.

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Segundo a decisão do Corregedor Nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, as mensagens também podem ter sido adulteradas.

Pelo mesmo motivo, Moreira também entendeu que não há elementos para abrir reclamação disciplinar contra os procuradores.

Em um primeiro momento, Moro afirmou que as mensagens divulgadas não revelavam nenhum comportamento ilícito - apesar de, segundo o ordenamento legal brasileiro, o juiz ser proibido de influenciar as investigações.

Depois, passou a questionar a veracidade do material - e ao mesmo tempo pedir desculpas pelo teor de algumas mensagens reveladas, incluindo uma em que chama de "tontos" os membros de MBL (Movimento Brasil Livre).

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