'Gringo de m...' e 'Lula Livre': Glenn leva gritos à Flip e polariza Paraty
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) viveu momentos de guerra ideológica nesta noite: gritos de "gringo de merda" e "vai ser preso" rivalizaram contra os de "Lula Livre" momentos antes da palestra do jornalista norte-americano, Glenn Greenwald, fundador do Intercept Brasil.
Greenwald falou sobre "os desafios do jornalismo em tempos de Lava Jato" e abordou a divulgação de mensagens atribuídas a Sergio Moro, na época em que era juiz federal, e a procuradores do Ministério Público, pelo Intercept.
"O STF (Supremo Tribunal Federal) sabe que a prisão do Lula é absurda, só que eles são covardes", disse o humorista Gregorio Duvivier, também presente na palestra, organizada em uma embarcação batizada de "Barco Pirata da Flip". No telão, lia-se a frase "fascistas não passarão".
No continente, sobre as ruas de pedra do centro histórico de Paraty, manifestantes com camisetas verdes e amarelas discordavam.
"O que ele faz não é jornalismo", afirmou a advogada Adriana Balthazar, 50, líder do movimento Vem Pra Rua, que convocou os protestos que reuniram cerca de 30 pessoas na cidade. A palestra tinha cerca de 1.000 participantes.
"A gente tá aqui contra o vazamento feito por um hacker, uma prova ilícita, que está parando o país", disse Balthazar.
O Intercept Brasil não informa como obteve as mensagens que publica desde o mês passado - apenas diz que as recebeu de uma fonte, que mantém sob sigilo.
Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato, apontados como autores, questionam a veracidade do material, mas não especificaram, até o momento, o que teria sido adulterado. Repórteres da Folha de S.Paulo que tiveram acesso ao conteúdo identificaram mensagens que haviam enviado a procuradores entre os arquivos obtidos pelo Intercept.
Fogos de artifício
Com microfone, amplificador de som e fogos de artifício, os manifestantes afirmam que o protesto é apartidário e a favor da Lava Jato.
A movimentação atrasou em alguns minutos início da palestra do jornalista, inicialmente agendada para as 19h.
Durante as falas de Glenn, um carro de som tocava o hino nacional e a música "Vem pra Rua", do grupo O Rappa.
Em resposta, o lado esquerdo do rio gritava Lula livre.
Mesmo interrompido, Glenn afirmou ao público do lado esquerdo do rio que está mais otimista do que nunca com o futuro do país: "Eu posso ir embora a hora que eu quiser com o meu marido, mas eu não vou fazer isso porque eu me apaixonei pelo Brasil".
Ele defendeu que há temor por parte das autoridades por conta conteúdo publicado pelo Intercept. "Acho que a coisa mais poderosa numa democracia é a informação e por isso eles têm tanto medo."
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