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Operação Lava Jato

Substituto de Deltan foi policial militar e já atua em casos da Lava Jato

O procurador da República Alessandro de Oliveira em programa da Assembleia Legislativa do PR - Pedro de Oliveira/Alep
O procurador da República Alessandro de Oliveira em programa da Assembleia Legislativa do PR Imagem: Pedro de Oliveira/Alep

Vinicius Konchinski

Colaboração para o UOL, em Curitiba

01/09/2020 15h55

O procurador da República Alessandro José Fernandes de Oliveira vai substituir Deltan Dallagnol na chefia da operação Lava Jato em Curitiba. Ex-oficial da PM (Polícia Militar) e membro do MPF (Ministério Público Federal) desde 2004, Oliveira já atua em processos da operação desde 2018.

O procurador, que já é do quadro do MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná), atualmente colabora com a PGR (Procuradoria-Geral da República) em ações da Lava Jato que tramitam pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal). De Curitiba, ele trabalha em casos que envolvam investigados com foro privilegiado, como políticos.

Na PGR, aliás, Oliveira responde diretamente a subprocuradora Lindôra de Araújo, a qual foi alvo de uma queixa de Lava Jato de Curitiba pois supostamente teria tentado acessar documentos confidenciais da operação sem autorização da Justiça. A queixa contra Lindôra expôs publicamente uma crise existente entre a força-tarefa e a cúpula PGR, comandada por Augusto Aras.

Depois que essa queixa foi formalizada na Corregedoria do MPF, três dos cinco comandados por Lindôra pediram demissão. Oliveira não. Agora, ele será desligado da equipe da Lava Jato na PGR justamente para assumir a responsabilidade sobre os casos da operação no Paraná.

Segundo o MPF-PR, o procurador tem "reconhecida experiência no combate ao crime organizado, corrupção e lavagem de dinheiro".

Procurador fez graduação em academia da PM

Oliveira trabalhou, por exemplo, na Operação Research, de 2017, que investigou fraudes relacionadas a bolsas de estudos na UFPR (Universidade Federal do Paraná). Assim como a Lava Jato, essa operação foi criticada por ter solicitado a condução coercitiva para depor da então vice-reitora da universidade Graciela Inês Bolzón de Muniz, que à época recebeu apoio de colegas professores.

Ainda no MPF-PR, Oliveira foi membro do Conselho Penitenciário do Paraná (2011-2013), coordenador da Rede de Controle da Gestão Pública no Estado (2012-2016) e Procurador Regional Eleitoral no Estado do Paraná (2013-2017).

Antes de entrar para o MPF, Oliveira obteve graduação em Segurança Pública na Academia da PM-PR, em 1993.

Em 2002, Oliveira obteve o título de mestre em direito das relações sociais pela UFPR.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O procurador Alessandro de Oliveira participava da Operação Research em 2017, e não em 2018, quando foi pedida a condução coercitiva da vice-reitora da UFPR, negada pela Justiça. O trecho com estas informações foi ajustado.

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