Deltan lamenta renúncia de procuradores em SP: 'Mostraram resultados'
Deltan Dallagnol, procurador da República, lamentou hoje a renúncia coletiva de sete procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato em São Paulo.
"Lamento o desligamento coletivo da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, em razão da incompatibilidade entre a visão do grupo e aquela da procuradora responsável pelo caso. A equipe vinha trabalhando duro e mostrando resultados relevantes", disse ele em seu perfil no Twitter.
Ontem, sete integrantes da força-tarefa enviaram um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, oficializando a renúncia ao cargo. No documento, eles alegam "incompatibilidades insolúveis" com a atuação da procuradora Viviane de Oliveira Martinzes, que não é parte da força tarefa. O desligamento ocorreu um dia depois de Dallagnol anunciar a sua saída da força tarefa da Lava Jato de Curitiba.
A saída dos procuradores do braço paulista da operação ocorre em meio a reveses da Lava Jato bandeirante em investigações que miram o senador José Serra (PSDB). Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes ampliou liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e suspendeu a ação penal que mira o tucano por suposta lavagem de propinas pagas pela Odebrecht.
A denúncia contra o tucano havia sido aceita em julho pelo Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, uma hora depois de Toffoli suspender "toda a investigação" contra Serra. Por "cautela", o magistrado decidiu suspender a ação penal até novo entendimento do STF sobre o caso — Gilmar ampliou a medida, aplicando o entendimento que a liminar deve alcançar as investigações em vigor e também a ação penal.
No ofício, os procuradores afirmam que a força tarefa "ainda tinha muito a produzir" e citam "corrupção em grandes obras, como em diversas linhas do Metrô de SP e nos trechos Sul e Norte do Rodoanel", além de esquemas de lavagem de dinheiro.
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