Lava Jato cumpre mandados em investigação de compra de navios da Petrobras
A PF (Polícia Federal) cumpre mandados de busca e apreensão em uma investigação da Operação Lava Jato sobre contratos de US$ 2,7 bilhões da Petrobras a respeito de navios.
A ação faz parte da 75ª fase da Lava Jato, batizada de Boeman. São cumpridos 25 ordens judiciais de busca e apreensão em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. Não há mandado de prisão.
A Lava Jato investiga crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro durante o processo de contratação bilionária pela Petrobras em licitação por navios lançadores de linha, chamados de PLSVs, responsáveis por lançar e instalar linhas no fundo do mar.
O esquema envolvia a Sapura, empresa que, no Brasil é uma joint venture da Sapura Energy, da Malásia, e o grupo Seadrill, administrado nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Procurada, a Sapura disse que "se colocou à disposição" da investigação. "Até o momento, porém, a empresa não teve acesso a informações sobre o teor das investigações que deflagraram a operação e seguirá à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários", informou em nota.
As medidas, segundo a PF, foram requeridas pelo MPF (Ministério Público Federal) e são decorrentes de acordo de delação premiada de lobistas que atuavam junto a funcionários da Petrobras e agentes políticos com influência na estatal. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Além disso foram expedidas ordens para bloqueio de valores até o limite dos prejuízos identificados.
De acordo com a PF, um dos investigados obteve indevidamente informações privilegiadas junto a setores técnicos da empresa para a formulação de propostas vencedoras de processo de licitação. Aos colaboradores cabia garantir, por meio de contatos políticos, que as empresas estrangeiras viessem a ser incluídas no processo competitivo.
A investigação teve colaboração de autoridades da Holanda, que apuraram irregularidades no fornecimento de navios lançadores de linha. O MPF diz que o caso motivou investigações autônomas, "que geraram o pedido de buscas por autoridades holandesas também executado pelos mandados cumpridos na data de hoje".
De acordo com a PF, as empresas estrangeiras vencedoras da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia holandesa para execução do serviço, a qual era representada por um dos empresários brasileiros investigado, e que, em virtude dos acertos espúrios, também realizou pagamentos ilícitos aos envolvidos.
Boeman, nome da operação, se refere à criatura mítica da Holanda popularmente conhecida como "bicho-papão".
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