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Corregedoria do MPF pede cópia de dados da Lava Jato em Curitiba

Procurador-geral da República, Augusto Aras chegou a afirmar que força-tarefa curitibana era "caixa de segredos" - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Procurador-geral da República, Augusto Aras chegou a afirmar que força-tarefa curitibana era "caixa de segredos" Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

18/11/2020 16h49

A Corregedoria-Geral do MPF (Ministério Público Federal) solicitou o envio de uma cópia dos bancos de dados da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. O procedimento, apesar de não ter relação direta com a PGR (Procuradoria-Geral da República), foi tomado no contexto de uma disputa entre o procurador-geral Augusto Aras e os procuradores do braço curitibano da Lava Jato, responsável por denúncias que levaram, por exemplo, à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A PGR confirmou hoje ao UOL que a Corregedoria fez a solicitação para o envio dos dados, mas alegou que a decisão "foi tomada no regular exercício de atividades correcionais do órgão". Além disso, o órgão do MPF também negou que o procedimento tenha relação com uma medida judicial analisada pelo STF (Superior Tribunal Federal) ainda no início de agosto.

À época, o ministro Edson Fachin revogou uma decisão anterior de Dias Toffoli, que havia autorizado uma ordem de compartilhamento de dados da força-tarefa paranaense com a PGR. O acesso aos dados era uma demanda defendida por Aras, que no final de junho chegou a criticar diretamente a falta de compartilhamento dos dados.

"Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos", afirmou Aras.

Cerca de um mês antes, ainda em junho, a Corregedoria-Geral do MPF já havia sido acionada pela Lava Jato em Curitiba. Os procuradores da força-tarefa enviaram um ofício ao órgão relatando que a subprocuradora Lindora Araújo, considerada "braço direito" de Aras, realizou uma manobra ilegal ao copiar bancos de dados sigilosos de investigações tocadas na capital paranaense de maneira informal e sem apresentar justificativa.

Agora, com a solicitação de cópia dos dados pela Corregedoria, a PGR afirma que o material recebido ficará sob guarda da SPPEA (Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise), o que em tese significa que não poderá ser acessado sem autorização prévia, mesmo que por Aras.

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