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Operação Lava Jato

Temer ficará preso na sede da PF em SP; coronel Lima vai a presídio militar

Igor Mello

Do UOL, no Rio

09/05/2019 16h53Atualizada em 09/05/2019 19h57

Michel Temer (MDB) e o coronel reformado da PM-SP João Baptista Lima Filho ficarão presos em São Paulo, onde moram, e não no Rio de Janeiro -- de onde partiu o mandado de prisão preventiva (sem prazo), no âmbito da Operação Lava Jato.

O ex-presidente estará custodiado na sede da Superintendência da Polícia Federal, na Lapa, zona oeste de São Paulo; o coronel Lima ficará em um presídio militar.

Os dois são suspeitos de operar um esquema de desvios de dinheiro das obras da construção da usina Angra 3. Temer ainda é réu em outros cinco processos.

Habeas corpus cancelado

Temer e Coronel Lima haviam sido presos em março e soltos quatro dias depois. Ontem, em audiência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), os habeas corpus foram cassados.

O MPF havia pedido prisão preventiva a Temer para evitar a "destruição de provas e rastros".

Hoje, a defesa do ex-presidente recorreu ao STJ (Superior Tribunal da Justiça), e esse recurso será julgado na próxima terça-feira (14), às 14h, pela 6ª Turma da Corte. O ministro Antônio Saldanha Palheiro será o relator.

Temer se entregou às 14h56 de hoje à Superintendência da PF em São Paulo, na zona oeste da capital, após deixar sua casa no Alto de Pinheiros, também na zona oeste. Ele estava a bordo de um carro com vidros escuros.

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Réu seis vezes

Temer é réu em seis processos na Justiça Federal. No Rio de Janeiro, ele responde a duas ações, oriundas do esquema investigado pelo MPF que o levou à prisão. Em São Paulo, há um processo relacionado a suspeitas envolvendo a reforma de um imóvel de sua filha Maristela.

No Distrito Federal, Temer possui três processos: um sobre valores recebidos da JBS e o "homem da mala", outro sobre o Decreto dos Portos um por organização criminosa e tentativa de obstruir a Justiça.

O que dizem as defesas

Em entrevista a jornalistas, o advogado do ex-presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós, afirmou que não há fundamento jurídico para a prisão. " Só posso lamentar, embora respeitando a decisão dos desembargadores. Entendo que submeter o ex-presidente a uma prisão se mostra absolutamente desnecessário.", argumentou.

Ao UOL, os advogados Maurício Silva Leite e Alexandre Sinigallia, responsáveis pela defesa de João Baptista de Lima Filho, o coronel Lima, afirmaram que recorrerão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque a prisão "não preenche os requisitos legais."

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