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Operação Lava Jato

Cabral pede transferência para unidade em que Pezão está preso no Rio

Os ex-governadores Sérgio Cabral (à frente) e Luiz Fernando Pezão (ambos do MDB) - Jorge William/Agência O Globo
Os ex-governadores Sérgio Cabral (à frente) e Luiz Fernando Pezão (ambos do MDB) Imagem: Jorge William/Agência O Globo

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

28/05/2019 09h16

Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) pediu à Justiça Federal a sua transferência do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste da capital fluminense, para Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói, na região metropolitana do estado.

No local, encontra-se preso o também ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB) desde o fim do ano passado. Na ocasião, Pezão (que chegou a ser vice de Cabral) foi levado para as dependências da PM por ainda estar no exercício do cargo.

A decisão em relação à prisão de Pezão foi da PGR (Procuradoria Geral da República), que determinou a detenção na Sala de Estado Maior da Unidade --o cômodo é reservado para autoridades.

Apesar de encerrado o seu mandato, ele continuou na unidade. Agora, a defesa de Cabral pede para que ele vá para o mesmo local, solicitando à Justiça uma isonomia de tratamento aos dois ex-governadores.

O mesmo princípio foi usado em março, quando o ex-presidente da República (MDB) foi preso no Rio de Janeiro e ficou em uma sala reservada na Superintendência da PF (Polícia Federal). Nesta ocasião, a isonomia aplicada foi em relação à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que encontra-se preso na sede da PF em Curitiba.

O advogado Márcio Delambert, que faz a defesa de Cabral, explica que a medida visa garantir a integridade do seu cliente, condenado em nove processos que totalizam 198 anos e seis meses de prisão.

Nos últimos meses, Cabral adotou uma nova estratégia e, em depoimentos ao juiz Marcelo Bretas, responsável pelas ações da Operação Lava Jato no Rio, tem admitido crimes e relatado a conivência de políticos e empresários em esquemas de recebimento de propina.

O MP (Ministério Público) enviou a solicitação da defesa de Cabral à Seap (Secretaria de Administração Penitenciária do Rio), solicitando um pronunciamento quanto à viabilidade da transferência. No entanto, a decisão final caberá a Bretas, que expediu a ordem de prisão original.

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