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Caso Marielle

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Oposição pede investigação sobre casa de Bolsonaro em caso Marielle

Tóquio, Japão, 23-10-2019 - Presidente da República, Jair Bolsonaro  - José Dias/PR
Tóquio, Japão, 23-10-2019 - Presidente da República, Jair Bolsonaro Imagem: José Dias/PR

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

30/10/2019 12h11

Em atuação conjunta, os cinco partidos da esquerda vão pedir que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro abram uma investigação, especificamente, sobre a casa de Jair Bolsonaro (PSL), no Rio. O grupo quer esclarecimentos sobre quem estava na casa de Bolsonaro no dia do assassinato de Marielle Franco (Psol) e se pode haver alguma vinculação com o assassinato.

"A gente quer saber: quem estava na casa, quem autorizou e que relação existe entre quem matou a Marielle e quem estava na casa de Bolsonaro naquele momento", disse o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) ao UOL.

A decisão foi tomada em reunião entre membros do PT, PSB, PCdoB, Psol e PDT, hoje, em Brasília. O encontro aconteceu um dia após o Jornal Nacional noticiar que há uma menção de Jair Bolsonaro em meio às investigações sobre a morte da ex-vereador Marielle Franco.

O grupo de esquerda se reunirá com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e tenta apoio de partidos do Centrão e da direita para apoiar novas investigações.

O bloco pede uma reunião junto ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, para debater o caso. Segundo reportagem do Jornal Nacional, a menção de Bolsonaro na investigação deve levar a investigação ao Supremo, em razão do foro privilegiado.

"Uma investigação sobre ele sim, mas sobre a casa não. A investigação compete ao Ministério Público e polícia civil. Quem tem foro é Jair Bolsonaro, filho de Bolsonaro não tem, genro de Bolsonaro não tem, casa não tem. Tem que investigar quem é que autorizou a entrada. É a pergunta que não quer calar", disse a deputada Gleise Hoffman (PT-PR) ao UOL.

Contra investigação federal

O grupo se articula para barrar a tentativa de Bolsonaro federalizar o caso, ou seja, passar a atribuição da investigação à Polícia Federal, cujo comando compete a Sergio Moro (Justiça).

"Não aceitamos que Bolsonaro se meta em uma investigação a partir do momento que sua casa passa a ser investigada. O caso Marielle não é do Psol, é uma questão da democracia", disse o deputado Freixo.

"É uma questão da democracia. Não somos levianos e irresponsáveis. Quem chegou à casa do Bolsonaro não foi uma denúncia de qualquer partido. Foi uma investigação feita pela polícia e Ministério Público. Então o que queremos é que a investigação continue no Rio de Janeiro. Porque uma das linhas de investigação mostra que alguém estava na casa e pode envolver alguém da família", disse o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

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