Defesa de Eduardo Cunha pede suspeição de Moro ao STF por mensagens vazadas
A defesa do ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ) entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com um pedido para que seja reconhecida a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. O pedido tem como base as mensagens vazadas entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato. Segundo a defesa de Cunha, elas apontam um "conluio" entre as partes para condenar réus como o ex-deputado.
O habeas corpus com pedido de liminar foi protocolado anteontem, mesmo dia em que a Segunda Turma do STF iniciou a votação do pedido de suspeição de Moro feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O pedido da defesa de Lula foi feito em novembro de 2018, dias após Moro aceitar o convite para ser ministro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Preso desde 2016 e condenado por Moro no âmbito da Lava Jato no ano seguinte, Cunha pretende que todos os atos praticados pelo ex-juiz no seu processos sejam anulados. A defesa do ex-deputado, que foi presidente da Câmara até ser afastado do cargo pelo STF, alega que "nunca houve um juiz imparcial" no seu caso.
"Como se observa, o juiz Sergio Moro foi responsável pela condução da investigação, recebeu a denúncia em desfavor do paciente, decretou a sua prisão preventiva (vigente até hoje), presidiu todos os atos da instrução processual e prolatou a sentença condenatória contra Eduardo Cunha", diz o documento protocolado na Corte.
Cunha foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva em irregularidades envolvendo a Petrobras, e está preso preventivamente por lavagem de dinheiro e evasão de divisas por recebimento de propinas em contas mantidas na Suíça.
Desde o início da pandemia, em março do ano passado, Cunha cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica pelo risco de contaminação pelo coronavírus na cadeia.
Indícios em mensagens
A defesa de Cunha justificou o pedido feito ao STF, que alega a "pré-disposição" de Moro para condenar o ex-deputado, em três indícios principais de imparcialidade revelados pelas mensagens. O habeas corpus lembra uma troca de mensagens em que Moro cita a denúncia que ainda seria feita pelos procuradores.
Em outra sequência de mensagens, o ex-juiz indica aos procuradores que a apreensão do celular de Cunha "não seria uma boa", isso porque poderia levar a conversas trocadas com autoridades que tivessem prerrogativa de foro, fazendo com que o processo saísse de Curitiba e fosse para o STF.
Outro ponto apontado pela defesa de Cunha é que os procuradores deram indícios de que Moro já estava inclinado a condenar o ex-deputado e também Lula.
"O Russo [Moro] sairá fim do ano mesmo, contando que tenhamos processado o 9 [Lula] e o Cunha", diz a mensagem citada pelos advogados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.