Marielle: polícia e MP cumprem 16 mandados de busca e apreensão
Equipes da Delegacia de Homicídios da Capital e do Ministério Público do Rio de Janeiro cumprem hoje 16 mandados de busca e apreensão relacionados à investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Três pessoas foram encaminhadas à delegacia para esclarecimentos.
De acordo com o MP, "os agentes buscam apreender eventuais documentos, mídias eletrônicas, celulares, armas e munições de pessoas identificadas na investigação por ligação com os denunciados Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz".
Trata-se de uma continuidade da Operação Lume, deflagrada ontem e que resultou nas prisões do policial reformado da PM Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio Queiroz. Ronnie é suspeito de ter efetuado os disparos e Queiroz é apontado como motorista do veículo. A defesa dos acusados negou a participação dos dois no crime --eles devem ser ouvidos hoje à tarde pela polícia.
Ronnie e Queiroz passaram a noite na delegacia. Ainda não há informações para quais presídios serão encaminhados.
Crime foi planejado 3 meses antes
Os assassinatos foram planejados três meses antes do crime. Os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) disseram que "a empreitada criminosa foi meticulosamente planejada". Ontem, o MP informou ter cumprido 34 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos.
Na casa de um amigo de Ronnie, foram encontrados 117 fuzis desmontados e incompletos. Trata-se da maior apreensão da história do Rio de Janeiro.
Motivação do crime
A Polícia Civil diz que ainda não é possível saber qual foi a motivação para o crime, mas afirmou que Lessa demonstrava ter "ódio" e "obsessão" por personalidades que militam em causas associadas à esquerda, como era o caso de Marielle. Também não foi possível informar se o crime teve mandante --ponto que será apurado em uma segunda etapa das investigações.
Ontem, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse que os suspeitos poderão fazer uma delação premiada, se assim quiserem.
Lessa foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca --mesmo local onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem residência. Segundo os investigadores, o fato não foi relevante para esta etapa da investigação.
De acordo ainda com o MP, a operação precisou ser antecipada porque havia o boato de que os acusados teriam sido avisados. Segundo a promotora Simone Sibilio, os dois foram presos por volta das 4h deixando suas casas.
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