Moreira Franco pede liberdade ao STF e que caso vá à Justiça Eleitoral
O ex-ministro Moreira Franco, preso pela Operação Lava Jato ontem com o ex-presidente Michel Temer, ambos do MDB, apresentou um pedido de liberdade ao STF (Supremo Tribunal Federal) no qual defende que as investigações contra ele deveriam tramitar perante a Justiça Eleitoral.
A prisão foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além de Moreira Franco e Temer, também foi preso o ex-coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, amigo do ex-presidente e conhecido como coronel Lima. Ao todo, Bretas determinou a prisão de dez pessoas.
Eles são investigados por suspeitas de terem integrado um esquema de recebimento de propina de empresas que tinham contratos com o governo federal. Um dos casos envolve o recebimento de R$ 1,1 milhão por meio de um contrato da Eletronuclear, estatal responsável pela construção da usina Angra 3.
O recurso de Moreira Franco ao STF será relatado pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Os advogados do ex-ministro sustentam que Bretas tentou burlar a decisão recente do STF de determinar que crimes investigados em conjunto com delitos eleitorais tramitem na Justiça Eleitoral.
Segundo a defesa, os crimes sob investigação seriam "manifestamente eleitorais", pois os supostos pagamentos de propina teriam como destino final as campanhas do MDB.
Como se vê, excelência, a decisão --apesar de pródiga em argumentos suicidas-- é, sem sombra de dúvidas, uma forma de desafiar a decisão proferida pelo plenário deste Supremo Tribunal Federal
Defesa do ex-ministro Moreira Franco
Os advogados afirmam isso ficaria provado no depoimento de um delator que foi utilizado para embasar as prisões. José Antunes Sobrinho, executivo da Engevix, afirmou que o coronel Lima, apontado com homem de confiança de Temer, ao pedir o pagamento de propina, teria informado que o destinatário dos valores seria o MDB, partido do ex-presidente.
A defesa de Moreira Franco também afirma que a ordem de prisão não indica condutas ilícitas praticadas pelo ex-ministro e também não apresenta elementos que justifiquem a necessidade de sua prisão preventiva.
O recurso foi apresentado no mesmo processo em que o STF decidiu sobre a atribuição da Justiça Eleitoral.
Na ordem de prisão, Bretas afirmou que a investigação não trata de crimes eleitorais e que, por isso, o caso deve tramitar perante a Justiça Federal. "Não há elementos que indiquem a existência de crimes eleitorais", escreveu o juiz na decisão. Ele ainda afirma que o próprio Temer negou em depoimento durante as investigações que coronel Lima atuasse como arrecadador de campanhas eleitorais.
A força-tarefa da Lava Jato critica a remessa dos processos à Justiça Eleitoral, alegando que isso supostamente dificulta punições, pois o ramo eleitoral do Judiciário estaria menos estruturado para analisar casos complexos de corrupção.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.