Musa da Vila Maria: "Sou a favor da castração química de estupradores"
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Érika Canela não economiza em polêmicas. A paulista de Presidente Prudente, que atingiu a fama quando se tornou a primeira negra a vencer o concurso Miss Bumbum, em 2015, será destaque no carro abre-alas da Unidos da Vila Maria e promete causar no Anhembi (veja a programação dos desfiles em São Paulo).
O motivo do furor não tem qualquer relação com a parte do corpo que a tornou célebre. "Vou vir mais recatada neste ano, pois voltei a ser evangélica", justifica-se. "Mas nem por isso vou passar despercebida, já que farei questão de mostrar minha tatuagem do Bolsonaro."
Como reza a cartilha das subcelebridades, Érika sabe criar factoides para atrair a atenção da mídia e do público. Foi para gerar um bafafá que ela também estampou o presidente Donald Trump em sua pele. A beldade, porém, garante que a homenagem ao atual presidente do Brasil foi feita por pura convicção.
"Já sofri duas tentativas de estupro, tenho prima que já foi abusada e sou a favor da castração química de estupradores, como defende Bolsonaro", afirma. "O estuprador pode ser preso, mas vai sair da cadeia e estuprar de novo. Isso é uma doença!"
Érika revela que a simpatia por Bolsonaro está diretamente ligada à maneira como foi criada. Filha de missionário, Érika cresceu num lar em que não era permitido ver TV ou ouvir música. "Admiro o conservadorismo. Gosto dessa coisa de preservar a família", conta. "As pessoas estão deixando de crer em Deus. Por isso, está acontecendo tanta desgraça."
Embora seja fã de práticas conservadoras, Érika se vê como uma feminista. Mesmo seguindo a máxima "Meu corpo, minhas regras" e lutando para ter os mesmos direitos que os homens, ela diz que não é compreendida por boa parte das mulheres. "As feministas acham não valho nada porque tenho corpo bonito, me associam à prostituição por causa do Miss Bumbum", diz. "Acham que eu, por ser negra, tenho que ser eleitora do PT."
A tatuagem e a declaração de apoio a Bolsonaro trouxeram mais do que visibilidade midiática e curtidas no Instagram. Após expor o tributo ao político, Érika viu sua vida virar do avesso. As ofensas extrapolaram as redes sociais e a violência chegou literalmente até sua casa. "Assaltaram o lugar que moro em Presidente Prudente. Tivemos que trocar todas as portas e colocamos oito câmeras de segurança", conta.
Ao contrário de outros eleitores do presidente, Érika não acredita que ter um revólver a deixaria mais segura. "Sou contra a liberação do porte de arma. O Brasil não tem estrutura para isso", diz. "Nesta semana mesmo mataram um cara na minha frente numa festa. Imagina se a arma estivesse liberada para todo o mundo, o país ia virar uma bagunça!"
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