Força-tarefa da Lava Jato no Rio rebate afirmações de Gilmar Mendes
A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que foi encerrada no final de março, rebateu hoje afirmações feitas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. O magistrado voltou a colocar em xeque a atuação da 7ª Vara Federal do Rio, que tem o juiz Marcelo Bretas como titular.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Gilmar repetiu um suposto caso de corrupção na Vara comandada por Bretas. No julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro na Segunda Turma do STF, o ministro já havia abordado o tema, falando inclusive em "escândalo".
"Esses problemas [como a parcialidade de Moro] se multiplicam. De alguma forma, estão ocorrendo episódios semelhantes na 7ª Vara do Rio de Janeiro", disse Gilmar, citando o advogado Nythalmar Filho, que foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal no ano passado.
"Aparece um super advogado, que teria relacionamento com o juiz [ Bretas], que teria trânsito com os procuradores, que faziam todas as delações... E tudo mais. Nesse mundo obscuro que é o Rio de Janeiro. O combate à corrupção não pode ser instrumento de corrupção", acrescentou Gilmar.
Em resposta da Procuradoria da República no Rio, a força-tarefa fluminense disse por meio de nota que a afirmação de Gilmar "não é verdadeira", e que pode ser "facilmente desmentida pelos fatos".
Sobre Nythalmar, que é acusado por outros advogados de cooptar clientes da Lava Jato no Rio, a força-tarefa afirmou que formalizou 182 acordos de delação premiada, e apenas um foi celebrado pelo advogado em questão.
A representação dos procuradores fluminenses da Lava Jato também afirmou que Nythalmar "teve êxito em alguns habeas corpus concedidos pelo ministro [Gilmar], sem que isso obviamente possa significar que houve ali alguma ilegalidade". No entanto, a nota não específica quais foram esses habeas corpus.
Advogado de alvos de peso da Lava Jato
O pivô da troca de acusações entre Gilmar e a força-tarefa no Rio cuida da defesa de pesos pesados investigados pela Lava Jato, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, e o ex-secretário de Segurança do Rio José Mariano Beltrame.
Nythalmar foi acusado por outros advogados, inicialmente em um procedimento interno da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), de cooptar clientes de colegas com a alegação de que ele "vendia facilidades" junto a Bretas e da força-tarefa fluminense.
O processo sobre a investigação do advogado corre agora no STJ (Superior Tribunal de Justiça) porque Nythalmar conseguiu em dezembro decisão favorável do ministro Humberto Martins, presidente do Tribunal, suspendendo as buscas autorizadas pela 3ª Vara Federal do Rio.
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