UE aprova sanções contra Ucrânia; punições incluem congelamento de bens e restrição de vistos
Ministros de Relações Exteriores da União Europeia reunidos em Bruxelas (Bélgica) nesta quinta-feira (20) concordaram em impor sanções "aos responsáveis pela violência e o uso excessivo de força" na Ucrânia. Pelo menos 39 pessoas morreram nesta quinta no país.
Em comum acordo, o bloco decidiu cancelar os vistos e congelar os bens dos que “têm as mãos manchadas de sangue”, afirmou a chefe de política externa do bloco, Catherine Ashton, em um pronunciamento que aponta para punições direcionadas a ambos os lados.
Também foi acordada uma "suspensão das licenças de exportação para equipamentos usados na repressão interna (equipamentos antimotim)"
Já a proposta de proibição de armas foi rejeitada pela cúpula.
"A UE decide como questão de urgência o congelamento de bens e a proibição de vistos aos responsáveis ??pela violência e emprego da força excessiva em Kiev", disse o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, em mensagem no Twitter.
O texto da sanção será redigido dentro dos próximos dias.
Ordem para atirar
O ministro do Interior da Ucrânia, Vitaliy Zakharchenko, afirmou hoje que ao menos 67 policiais são reféns dos manifestantes antigoverno que tomam as ruas do centro da capital Kiev. As autoridades não sabem para onde eles foram levados.
Zakharchenko disse também ter assinado uma ordem que autoriza a polícia a disparar contra manifestantes "dentro dos parâmetros da lei". Ele também afirmou ter liberado o uso de armas de combate pelas forças de segurança.
"Essas medidas foram tomadas para preservar a vida e o bem-estar dos policiais. Eles usarão as armas em autodefesa", afirmou.
Imagens de atiradores de elite disparando contra manifestantes despertaram críticas internacionais. Em nota, a Casa Branca se disse "ultrajada".
Mortos
O dia mais violento dos enfrentamentos entre manifestantes e policiais aumentou para 75 o número de mortos em apenas três idas.
Jornais locais disseram que ao menos 13 das vítimas de hoje foram baleadas na cabeça por franco atiradores na praça Independência, ponto de concentração dos protestos antigoverno.
O lobby de um hotel nos arredores da praça foi usado pelos manifestantes como necrotério improvisado e hospital para o tratamento dos feridos. (Com agências internacionais)
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