Polícia ucraniana persegue manifestantes em Kiev; 5 pessoas morrem
A polícia ucraniana derrubou barricadas e perseguiu manifestantes nesta quarta-feira (22) algumas horas após a morte de duas pessoas que foram baleadas durantes confrontos em Kiev. Uma terceira pessoa morreu após cair de uma altura de treze metros, segundo a imprensa local. E, de acordo com fontes da oposição, mais dois mortos foram contabilizados.
As primeiras mortes violentas nos protestos devem aumentar ainda mais a crise política que assola a Ucrânia desde o final de novembro.
Durante a manhã, as tropas de choque, que conseguiram tirar os manifestantes de suas posições próximo a uma barricada improvisada com latarias de carros queimados, lançaram gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha.
Junto à praça Europa, como se pôde observar na imagens de televisão transmitidas ao vivo, as ambulâncias recolheram vários feridos.
O primeiro-ministro Mykola Azarov afirmou que os líderes da oposição devem ser responsabilizados pelas mortes e disse que a polícia no local dos confrontos não está usando munição de verdade.
No entanto, Oleh Musiy, coordenadora do corpo médico dos manifestantes, disse à Associated Press as feridas encontradas nos corpos de duas vítimas feridas "se assemelhavam a feitas por balas de verdade".
Segundo a agência ucraniana "Liga", as duas pessoas que morreram baleadas foram vítimas de franco-atiradores.
Azarov advertiu nesta quarta que "o governo não permitirá nenhuma anarquia e nenhum caos no país". O dirigente, na reunião do Conselho de Ministros, pediu que cidadãos ucranianos deixem as ruas e apoiem as políticas das autoridades.
O premiê argumentou que a oposição deve decidir se apoia as ações violentas em Kiev ou não.
"Se não, deve convocar os manifestantes a interromperem os enfrentamentos. Se sim, então deverá assumir as consequências", acrescentou.
Também nesta quarta, o presidente Viktor Yanukovich afirmou que "ainda há tempo" de resolver pacificamente a crise e pediu à oposição para se sentar à mesa de negociações para dar fim ao confronto.
"Novamente peço ao povo que não atenda às chamadas dos radicais políticos. Ainda há tempo para parar e resolver o conflito pela via pacífica", manifestou o chefe do Estado em uma declaração publicada no site da presidência.
O presidente chamou novamente a oposição a se sentar à mesa de negociações para dar fim ao confronto, que hoje se recrudesceu com violentos choques que terminaram com dois manifestantes mortos e vários feridos.
Os dirigentes opositores, por sua vez, anunciaram que Yanukovich os receberá nas próximas horas.
Yanukovich expressou seu pesar pelas mortes causadas pela crise, que - ressaltou - "foram provocados pelos extremistas".
"Meus sinceros pêsames às famílias dos mortos", acrescentou o presidente, que convocou cidadãos a voltarem a suas casas.
Os três partidos da oposição responsabilizaram o governo e o presidente pelas mortes. "A responsabilidade direta e pessoal pelo ato de terror ditatorial a tem o ministro do Interior, o sanguinário assassino (Vitali) Zajárchenko", denuncia o comunicado conjunto dos partidos Batkivshina (Pátria), Udar e Svoboda.
Os protestos em massa em Kiev, capital do país, começaram quando Yanukovych rejeitou um pacto com a União Europeia em favor de estreitar ainda mais os laços com a Rússia, que ofereceu um resgate de US$ 15 bilhões.
Vendo o governo ignorar suas demandas e os líderes da oposição incapazes de apresentar um plano coerente ou mesmo selecionar um único líder, os manifestantes radicais entraram em confronto com a polícia anti-motim desde domingo, atirando pedras e bombas incendiárias e recebendo gás lacrimogêneo e balas de borracha em troca. (Com Efe, AP e AFP)
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