União Europeia vai discutir sanções contra líderes ucranianos
Ministros de Relações Exteriores dos 28 países que integram a União Europeia devem se reunir na quinta-feira (20) em Bruxelas (Bélgica) para discutir possíveis sanções contra a Ucrânia. Ontem, no dia mais violento de protestos contra o governo, 25 pessoas morreram, e ao menos 240 ficaram feridos na capital Kiev.
O presidente francês, François Hollande, afirmou que os responsáveis pela violência “mortal” no país serão alvos das sanções. Para ele, episódios como os de ontem são “inadmissíveis e intoleráveis”.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse nesta quarta-feira (19) ter a expectativa de que a UE adote “medidas pontuais contra aqueles responsáveis pela violência e uso excessivo da força” durante os protestos. Possíveis sanções incluem um embargo para viagens das lideranças ucranianas e o congelamento de bens.
Policial bate cabeça de jovem em carro durante ato na Ucrânia
"Pedimos a todas as partes que ponham fim à violência imediatamente e se engajem em um diálogo significativo, respondendo às aspirações democráticas do povo ucraniano", acrescentou Barroso.
A França e a Alemanha vão discutir hoje a situação na Ucrânia, durante reunião entre os gabinetes de política externa. O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, acredita que a adoção de sanções individuais é "provável".
“Não vamos continuar indiferentes", disse. "[Haverá] deliberações com a delegação alemã e provavelmente sanções", acrescentou.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que a "Ucrânia está pagando muito caro pelas táticas dilatórias do presidente Viktor Yanukovytch".
"Sua recusa a realizar conversações sérias sobre uma solução pacífica do conflito e uma reforma constitucional é um grave erro", disse.
Dia violento
Os confrontos entre manifestantes contrários ao governo e policiais em Kiev (Ucrânia), na terça-feira (18), deixaram um saldo de ao menos 25 mortes em menos de 24 horas, informou a agência Reuters.
Um balanço atualizado pelo governo informa ainda que 159 policiais ficaram feridos, sendo 35 com gravidade. Já a oposição adiantou que pelo menos 150 manifestantes sofreram ferimentos, incluindo 30 foram feridos gravemente.
Hoje, as forças do governo romperam as barricadas perto do estádio do Dynamo de Kiev e se dirigiram para os limites da ocupada praça da Independência, na capital, horas depois de Moscou destinar US$ 2 bilhões em ajuda à Ucrânia --recursos que a Rússia estava segurando para pressionar o governo ucraniano a tomar uma medida contra os manifestantes pró-Europa.
Impasse com a Rússia motivou revolta
Os protestos contra Yanukovich começaram em novembro depois que ele cedeu à pressão russa e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia, preferindo a ajuda financeira do Kremlin.
O envio de U$ 2 bilhões, parte do pacote acordado, foi visto como um sinal de que os russos acreditam que o governo ucraniano tem um plano para terminar com o protesto e desistiu de atrair a oposição para o governo.
Enquanto manifestantes e a polícia lutavam em Kiev, Moscou classificou a crise como um "resultado direto do consentimento de políticos ocidentais e estruturas europeias, que fecharam os olhos para as ações agressivas de radicais".
Em vez de fortalecer Yanukovich, a ação de Moscou pode aumentar a violência dos protestos, especialmente por parte dos manifestantes que são enfaticamente contra o Kremlin. Milhares incendiaram carros e atiraram pedras nas piores cenas de violência em Kiev em mais de três semanas.
A polícia respondeu com balas de borracha e bombas de gás.
Dentro do Parlamento, o líder da oposição Vitaly Klitschko fez um chamado para que Yanukovich tirasse a polícia das ruas e evitasse mais conflito. (Com agências internacionais)
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