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Mais três embarcações abandonadas estão em situação irregular no Rio

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

18/09/2013 17h33Atualizada em 18/09/2013 18h07

A empresa proprietária do navio cargueiro encalhado na baía da Guanabara tem mais três embarcações abandonadas na mesma região, em situação irregular. A Secretaria de Meio Ambiente montou um gabinete de crise com a Capitania dos Portos e a Transpetro para tirar o óleo que está misturado com água e inundou um terço do navio encalhado. A Frota Oceânica Amazônica, dona das embarcações, pode pagar multa de mil a 50 milhões de reais, de acordo com a avaliação do gabinete sobre o risco ambiental causado pelo cargueiro encalhado.

A Capitania dos Portos inicia nesta quarta-feira (18) a retirada de combustível, lubrificantes e resíduos oleosos do navio que está encalhado na Baía de Guanabara há uma semana, devido ao afundamento da popa, parte posterior do cargueiro. Também será iniciado o processo para a flutuação e retirada da embarcação. O navio foi alvo de furtos de peças, inclusive a que mantém a sua estabilidade, provocando seu afundamento parcial.

Um outro navio em situação irregular também foi notificado pela Capitania, que fará uma vistoria na embarcação nesta quinta-feira (19). Porém, segundo o capitão dos portos do Rio, Fernando Cozzolino, apesar de abandonado, sem tripulação, não há risco de dano ambiental porque o navio está encalhado, porém, estabilizado.

"Ele está encalhado por igual, sem risco de poluição. Fizemos a notificação e vamos vistoriar. É diferente do Angra Star", disse Cozzolino.

De acordo com Carlos Minc, secretario do Meio Ambiente, o Angra Star tem 150 mil litros de água com óleo -a proporção ainda é desconhecida - e um tanque com capacidade de 90 mil litros de óleo, que está lacrado, sem chance de provocar vazamento, segundo Minc.

Um mapeamento feito na embarcação identificou que um terço do cargueiro está alagado - a água entrou na popa, onde fica a casa de maquinas e por isso houve a mistura com óleo.

"O navio foi estabilizado, cercado com barreiras para não ter vazamento. Um equipamento da Transpetro começou a retirar o óleo da água. Esse equipamento tira os filetes de óleo por cima da água", explicou Minc.

Depois de retirado o óleo e demais resíduos que podem poluir a baía, o navio será rebocado. Segundo Minc, a operação, que não tem data para acabar, vai custar "milhões", que serão cobrados da dona do cargueiro.

"Na falta de pagamento da empresa para a operação, meios legais nos permitem vender o navio para pagar o que gastamos", disse o secretario.

Outros navios

Outros dois navios da Frota Oceânica estão ancorados na baía da Guanabara, em situação de abandono, porém, nos dois casos, a empresa está retirando o óleo. Eles estão em situação irregular porque deveriam estar tripulados, disse o capitão.

A reportagem tenta entrar em contato com a proprietária das embarcações.