Peixe desenvolve enorme olho falso para confundir predador
Os alevinos de peixes damisela desenvolvem um enorme olho falso e crescem mais rápido para evitar que sejam devorados por seus predadores, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (29) na Austrália.
"Os peixes damisela jovens têm corpos levemente coloridos e um olho falso que sobressai na parte de atrás da barbatana dorsal, que desaparece à medida que os exemplares amadurecem", disse a bióloga marinha Oona Lönnstedt, responsável pela pesquisa da Universidade James Cook.
O estudo, publicado na revista Scientific Reports, é o primeiro de seu tipo demonstrando que a presença de predadores afeta o crescimento e o padrão de cores deste tipo de peixe, segundo a emissora local ABC.
Para efeitos deste estudo, os cientistas capturaram vários exemplares juvenis de damisela no final da etapa larval e antes de sua exposição a seus predadores naturais.
Os pesquisadores colocaram um grupo em um tanque do laboratório junto a uma espécie predadora, contida dentro de uma bolsa de plástico, por sua vez injetando dentro do aquário extratos da pele e rastros de cheiro destes inimigos naturais.
Um segundo grupo foi colocado junto a espécies herbívoras e um terceiro conjunto de peixes damisela foi completamente isolado da presença de outros animais marítimos.
Os peixes expostos durante seis semanas a seus predadores desenvolveram uma maior altura, desde a base à barbatana dorsal, e um "olho falso maior", explicou Oona.
O aumento no tamanho do peixe contribui para evitar os ataques dos predadores e, além disso, melhora a velocidade e a capacidade de aceleração e de realizar manobras.
O desenvolvimento de um enorme olho falso, de maior tamanho que seus olhos reais, procura "confundir seu predador" sobre a direção do peixe e evitar ataques na cabeça e órgãos vitais.
Além disso, os cientistas observaram que os peixes damisela expostos a seus predadores eram mais cautelosos em seu comportamento, menos ativos e permaneciam escondidos mais tempo em comparação com os outros grupos.
Após libertarem todos os peixes que participaram do experimento, o grupo de damiselas que esteve junto aos animais herbívoros ou completamente isolados sofreram cinco vezes mais mortes que aqueles mais "experientes" a reagir perante um predador.
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