Geleiras do Himalaia vão recuar pela metade até 2100, prevê estudo
Mesmo com o recuo previsível das geleiras do Himalaia ao longo das próximas décadas, o abastecimento de água no subcontinente indiano não deverá ser ameaçado, ao menos até o fim do século, revelou um estudo publicado na revista Nature Geoscience.
Os autores do estudo, pesquisadores da Universidade de Utrecht (Holanda), simularam o que pode vir a acontecer nas duas principais bacias hidrográficas da região - uma alimentada pelo Indo, a outra pelo Ganges - em base em cenários diferentes de elevação das temperaturas.
As geleiras das duas bacias vão recuar de forma dramática e até 2100, no pior dos cenários, perderão, em média, a metade de seu volume.
Mas, ao longo do século 21, não deverá faltar água, porque o degelo adicional deverá permitir enfrentar um aumento na demanda hídrica nesta região do mundo, que tem forte crescimento demográfico.
"Nesses dois casos, as geleiras vão recuar, mas o volume de água corrente gerada pelo derretimento de gelo tende à alta ao menos até 2050", destacaram os autores do estudo.
"Combinada com uma mudança favorável nas precipitações, a disponibilidade de água não deverá diminuir no decorrer do século", avaliaram os pesquisadores. "As bacias que dependem das monções e do degelo das geleiras continuarão capazes de atender à crescente demanda hídrica".
Segundo os cientistas, este novo estudo se baseou em dados hidrológicos regionais mais refinados do que os utilizados em trabalhos anteriores sobre o impacto do derretimento das geleiras do Himalaia.
Eles observaram que 70% das precipitações que alimentam o Ganges e o Brahmaputra ocorrem durante a ápoca das monções, que corresponde à do derretimento das geleiras. Isto significa que uma parte que aflui neste momento pode ser armazenada em reservatórios para ser liberada no final da estação.
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