Estudo descarta vínculo entre El Niño e aquecimento global
A frequência e a volatilidade do El Niño, fenômeno climático que afeta as águas tropicais do oceano Pacífico, podem não ter vínculos com as mudanças climáticas, revelou estudo publicado na revista Science.
Cientistas mediram o crescimento mensal de antigos fósseis de coral em duas ilhas tropicais do Pacífico para determinar o impacto - caso houvesse - do aquecimento global neste fenômeno.
Reconstruindo temperaturas e o regime de precipitações ao longo dos milênios, o estudo comparou a frequência de intensidade do El Niño e descobriu que o fenômeno, de fato, se tornou mais intenso e frequente no século 20.
Mas, embora o aumento tenha sido estatisticamente significativo e pudesse estar vinculado às mudanças climáticas, o longo registro histórico fornecido pelos fósseis de corais permitiu aos cientistas determinar que o fenômeno El Niño Oscilação-Sul (Enos) também teve grandes variações naturais nos últimos séculos.
Portanto, não está claro se as mudanças observadas nas últimas décadas estão ligadas às mudanças climáticas causadas por níveis crescentes de dióxido de carbono, afirmaram os cientistas.
O estudo foi patrocinado pela Fundação Nacional e Ciência, agência governamental dos Estados Unidos, e contou com a participação de cientistas do Instituto Scripps de Oceanografia, de San Diego, e da Universidade de Minnesota.
O fenômeno El Niño ocorre entre dois a sete anos quando os ventos alísios, que circulam nas águas superficiais do Pacífico tropical, começam a enfraquecer.
Uma massa de água quente se forma no Pacífico ocidental e, eventualmente, dirige-se para o leste do oceano, causando uma grande mundança nas chuvas, provocando inundações e deslizamentos aos países da região, normalmente áridos. O El Niño é seguido de uma fase fria, a La Niña, que normalmente ocorre no ano seguinte.
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