Manchas pretas de víbora africana podem inspirar material hi-tech
Cientistas identificaram nanoestruturas nas manchas ultrapretas da pele de uma víbora africana que poderiam inspirar a criação de um material avançado capaz de absorver a luz, anunciaram nesta quinta-feira (16).
A víbora do Gabão, uma das maiores da África e mestre da camuflagem, tem manchas negras de padrão geométrico na pele que são profundas, de um preto aveludado que reflete muito pouca luz.
Entrelaçadas a outras manchas muito reflexivas nas cores branca e marrom, o padrão cria um alto contraste que torna difícil identificar a cobra rastejando no solo multicolorido da floresta tropical.
Uma equipe de cientistas alemãs se lançou a desvendar o segredo por trás da escuridão profunda das manchas negras e descobriu que a escala da superfície era feita de microestruturas folhosas e apinhadas, recobertas com sulcos nanométricos. Um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro.
Em artigo publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, a equipe especulou que as micro e nanoestruturas, que se projetam em ângulos sutilmente diferentes, dissipam e prendem a luz que entra.
"A estrutura com o efeito de um negro aveludado também poderia, potencialmente, ser transferida para outros materiais", escreveram os cientistas.
A busca por um material artificial de alta absorção e baixa reflexão é cobiçada pela ciência por seu uso potencial em sistemas ópticos especializados ou captura do calor solar, por exemplo.
Algumas superfícies ultranegras já são mais escuras do que as manchas da cobra, disse à AFP a coautora Marlene Spinner, do Instituto de Zoologia da Universidade de Bonn, na Alemanha. Mas ao introduzir a nanotecnologia encontrada na pele da cobra poderia potencialmente aumentar ainda mais sua absorção da luz.
"A micro-ornamentação das escalas de preto aveludado da cobra é um exemplo mais avançado de que a mesma lei física se aplica à natureza e à tecnologia e conduz consequentemente a construções similares", escreveu a equipe.
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