Cupins dão cabeçadas no solo para avisar colônia sobre predadores
Você talvez cutuque um amigo para avisá-lo discretamente da chegada de alguém. Na natureza, porém, a comunicação pode ser "ligeiramente" diferente. Ao menos quando se trata de cupins africanos (Macrotermes natalensis).
Tema de estudo da Universidade de Bochum, na Alemanha, esses insetos batem a cabeça no chão para avisar da chegada de predadores a outros habitantes de suas colônias.
Como geralmente constroem suas colônias no solo, em forma de montes interligados a outras colônias por túneis de até 10 metros de extensão, a batucada produz um som propagado debaixo da terra e que é compreendido como um alerta pelos moradores.
Para investigar a inusitada comunicação dos cupins africanos, o time liderado pelos pesquisadores Felix Hager e Wolfgang Kirchner instalou dispositivos nas câmaras centrais das colônias e conseguiu medir a velocidade e a intensidade das cabeçadas dos cupins. São, em média, 11 cabeçadas por segundo, produzindo um som que viaja a 1,3 metro por segundo.
Os autores das cabeçadas são sempre os soldados das colônias, cuja população, a exemplo do que ocorre com as abelhas, é organizada em "castas", explica artigo publicado no períodico The Journal of Experimental Biology.
Segundo a pesquisa, é curioso notar que cupins que estavam mais longe da origem do som também batiam suas cabeças no chão ao ouvi-lo, como uma reação em cadeia, para garantir a transmissão do alerta para toda a colônia.
Os cientistas tentaram reproduzir o fenômeno em laboratório, expondo cupins isolados a diferentes frequências vibratórias. Segundo eles, os insetos reagiram apenas a sons que recriavam exatamente a vibração do alerta das colônias. Sons diferentes não provocavam nenhuma reação nos cupins, mostrando que essa é uma espécie de "comunicação" do cupim africano.
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