Pico histórico de CO2 se tornará média anual, dizem meteorologistas
A OMM (Organização Meteorológica Mundial) avaliou que, após superado o limite histórico de concentração de dióxido de carbono na atmosfera na semana passada, este pico pode se tornar a média anual mundial.
"No ritmo de aumento atual, a média anual mundial de concentração de CO2 superará o limite das 400 partes por milhão (ppm) em 2015 ou 2016", informou a agência da ONU em comunicado.
Um observatório situado no vulcão de Mauna Loa, no Havaí, registrou na última quinta-feira (9) uma concentração de CO2 de 400,03 ppm, segundo a Agência Norte-Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).
Embora se trate de uma medida pontual, segundo especialistas, a média anual de 2013 superará sem dúvida a de 400 ppm, um número simbólico que marca uma tendência inquietante do planeta rumo ao aquecimento.
A última vez que o planeta registrou uma concentração de CO2 na atmosfera superior às 400 ppm foi entre 3 milhões e 5 milhões de anos atrás, durante a era do Plioceno. A temperatura era, então, de 3 a 4 graus acima da atual.
A encarregada da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Clima, Christiana Figueres, advertiu na última segunda-feira (13) que a concentração de CO2 na atmosfera põe o planeta em uma "zona de perigo".
Christiana assegurou que "ainda há uma oportunidade para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas" e fez um apelo à comunidade internacional para que dê uma "resposta política capaz de enfrentar este desafio".
Com uma média anual de 400 ppm de concentração de CO2, o aquecimento global previsto será de pelo menos 2,4°C, segundo o último relatório dos especialistas da ONU sobre o clima (IPCC, na sigla em inglês). As emissões de CO2 na atmosfera não param de aumentar e, se a tendência se mantiver, a temperatura pode aumentar entre 3 graus Celsius e 5 graus Celsius.
O próximo grande encontro será a cúpula climática da ONU, que será realizada na França em 2015. Mas estas negociações, que envolvem os grandes poluidores do planeta, com China e Estados Unidos à frente, não serão fáceis. A última tentativa de implementar um acordo desse tipo, feita em 2009, durante a reunião em Copenhague, na Dinamarca, fracassou.
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