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Gelo no Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012, alerta ONU

Em Genebra

02/05/2013 08h19

O gelo do oceano Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012, o nono ano mais quente desde o início dos registros, anunciou nesta quinta-feira (2) a OMM (Organização Meteorológica Mundial), uma agência da ONU.

No relatório sobre o ano de 2012, a OMM afirma que, em agosto e setembro do ano passado, as zonas geladas do Ártico cobriam apenas 3,4 milhões de quilômetros quadrados, 18% a menos que em 2007, quando havia sido registrado o recorde anterior.

Para o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, este é um "preocupante sinal da mudança climática".

"O ano de 2012 também registrou outros extremos, como secas e ciclones tropicais. A variabilidade natural do clima sempre resultou em extremos deste tipo, mas a mudança climática determina cada vez mais as características físicas dos acontecimentos meteorológicos e climáticos extremos", disse.

"Por exemplo, dado que os níveis globais do mar são atualmente 20 centímetros maiores que o que eram em 1880, tempestades como o furacão Sandy estão produzindo mais inundações costeiras", completou.

A OMM afirma que a temperatura global média de terras e superfícies marinhas é estimada 0,45°C acima da média do período que vai de 1961 a 1990, que é de 14 graus Celsius.

Este foi o nono ano mais quente desde 1850, primeiro do qual se tem registro, e o 27º ano consecutivo no qual a temperatura de terras e superfícies marinhas supera a média de 1961-1990.

"A tendência continua de alta das concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa confirma que o aquecimento prosseguirá", disse Jarraud.

Planeta mais quente

Temperaturas superiores à média foram registradas em quase todo o planeta, particularmente na América do Norte, Europa meridional, Rússia ocidental, partes do norte da África e América do Sul meridional, destacou a OMM.

Paralelamente, foram registradas temperaturas inferiores à média no Alasca, em partes do Norte e Leste da Austrália e na Ásia Central.

As precipitações também mudaram, com condições mais secas que a média, no Nordeste do Brasil, em grande parte do centro dos Estados Unidos, no México setentrional, no centro da Rússia e no centro-sul da Austrália.

A umidade aumentou no Norte da Europa, no Oeste da África, no centro-norte da Argentina, no Oeste do Alasca e na maior parte do Norte da China.

Furacão Sandy

O furacão Sandy afetou primeiro o Caribe e depois a costa leste dos Estados Unidos no fim de outubro. Pelo menos 300 pessoas morreram na região e foram registradas perdas materiais de mais de US$ 75 bilhões apenas nos Estados Unidos.

A destruição provocada pelo Sandy levou a OMM a retirar este nome da lista rotativa de nomes de tempestades, informou a agência da ONU. "Sandy" será substituída por "Sara", depois que os meteorologistas decidiram que o uso futuro do nome poderia gerar tristeza.

"Sandy" é o 77º nome retirado da lista de tempestades tropicais do Atlântico, como já havia acontecido nos casos "Irene" (2011), Igor e Tomás (2010), Gustav e Paloma (2008) e Denis, Katrina, Rita e Wilma (2005).