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Pnuma pede medidas eficientes para evitar mais danos ao Ártico

Da Rádio ONU, em Nova York

18/02/2013 18h18

Um estudo do Pnuma, Programa da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Meio Ambiente, chama a atenção nesta segunda-feira (18) para os danos provocados pelo degelo no Ártico.

A redução na cobertura de gelo tem se intensificado na região polar Norte. Ao todo, houve uma baixa recorde de 3,4 milhões de quilômetros quadrados somente no ano passado. O número representa a marca de 18% abaixo do recorde anterior, registrado em 2007, e 50% a menos que a média de 1980 e 1990.

O Livro Anual 2013 do Pnuma revela que a diminuição do gelo está facilitando o acesso a recursos naturais como gás e petróleo, o que tem aumentado atividades que podem ameaçar o ecossistema e a vida silvestre.

O chefe do programa, Achim Steiner, afirmou que as mudanças no Ártico, local que é considerado uma espécie de termômetro para o aquecimento global, tem sido motivo de preocupação há algum tempo.

O executivo diz que essa preocupação tem que ser traduzida em ações contra o degelo e as mudanças climáticas. Segundo ele, as consequências da corrida por recursos naturais devem ser bem analisadas pelos países.

A Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, por exemplo, calcula que 30% das reservas de gás natural ainda por serem descobertas estão exatamente no Ártico. E mais de 70% dos recursos de petróleo ainda a serem identificados estariam no norte do Alasca, no leste do Groenlândia e outras áreas.

Fauna e flora em perigo

A pesquisa anual do Pnuma também destaca os riscos causados por químicos e o aumento recente no comércio ilegal de plantas e animais silvestres.

Sobre o tráfico ilegal de espécies silvestres, a pesquisa mostrou que o ano de 2011 foi um dos mais graves da década. O número de elefantes mortos, no ano passado, foi de dezenas de milhares, com um recorde de 668 rinocerontes abatidos em caça na África do Sul.

O Pnuma alertou que a pressa por acesso a recursos naturais e as mudanças ambientais podem interromper a hidrologia, ameaçar os ecossistemas, além de por em risco espécies e o modo tradicional de povos indígenas. E as ramificações destas ações vão além do Ártico, mas atingem todo o mundo.

O tema está sendo analisado também pelo chamado Conselho do Ártico que inclui Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos.

O estudo recomendou, ainda, a criação de incentivos para garantir segurança de químicos e da melhoria da regulação destes agentes, além de informar a opinião pública sobre os perigos no uso desses químicos.